
Com a escalada da pandemia do coronavírus e mudanças no cenário político, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou avisar que fará, nesta sexta-feira (12), um pronunciamento em rede nacional, segundo O Antagonista. Na semana passada, três pronunciamentos foram cancelados.
A situação que o motivava a falar à nação só piorou durante a semana: novos aumentos de combustíveis, mais restrições por parte dos governadores, atrasos na vacinação e recorde de mortes pela Covid-19. Além disso, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na última quarta-feira (10) após a anulação de todas as condenações relacionadas com a Lava Jato, causando uma reviravolta no cenário político.
Na corda bamba em meio à crise sanitária e econômica, Bolsonaro tentou modificar alguns dos seus discursos, como as críticas à vacina, e chegou até a aparecer de máscara ao sancionar lei que facilita compra dos imunizantes. Ele também foi orientado por ministros palacianos a moderar o discurso contra gestores municipais e estaduais, mas os ataques ao isolamento social continuaram.
Para evitar panelaços e buzinaços, assessores palacianos têm defendido que o discurso seja exibido apenas nas redes sociais, evitando televisão e rádio. A aprovação ao governo Bolsonaro aparece abaixo do patamar de 30% da população, segundo os dados da última pesquisa do IPEC (Inteligência, Pesquisa e Consultoria). O presidente também perdeu 12 pontos porcentuais no potencial de voto (38%) e cresceu em rejeição (56%), caso se candidate à reeleição em 2022.
BolsoCaro
O brasileiro encontra dificuldades para realizar compras básicas no seu dia a dia, como alimentos e combustível. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço dos alimentos tiveram uma alta de 15%, quase três vezes a taxa oficial de inflação do período.
A gasolina e o diesel já sofreram o sexto reajuste em 2021, acumulando altas de 54% e 42%, respectivamente, segundo cálculo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).