
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou no fim da segunda-feira (8) que considera “um crime” ser chamado de genocida quando associado à situação da pandemia da Covid-19 no Brasil. No mesmo dia, o país alcançou a trágica marca de 266.398 mortes provocadas pelo coronavírus, com uma média móvel de 1.525 óbitos.
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Em entrevista para a CNN Brasil, o mandatário voltou a defender o uso de medicações que não possuem qualquer eficácia comprovada no combate a patologia e apresentam efeitos colaterais, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Me chamar de genocida, isso é um crime. Você falar em tratamento precoce hoje não pode, isso é crime. Não pode falar de cloroquina, ivermectina, eu tomei, me curei. Eles não causam efeitos colaterais, então por que não experimentar? Temos menos mortes que muitos países de primeiro mundo. Então o tratamento precoce funciona. E também ‘fé em Deus’, que isso eu tenho. Tomei uma facada e estou vivo”, disse.
Bolsonaro, especialista em cloroquina e lockdown
O presidente também voltou a criticar o “lockdown” adotado por prefeitos e governadores do país, especialmente o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que impôs toque de recolher na região com multas de até R$ 2 mil para quem descumprir as regras.
“Eu não adotaria a política do lockdown. Não deu certo no ano passado e seria um desastre para o Brasil. Evitamos problemas sociais gravíssimos com essa medida social (auxílio emergencial) no ano passado. A proposta agora são quatro meses de um auxílio médio de R$ 250. Nossa capacidade de ajuda está no limite. Isso não é bom para ninguém. Lamento o fechamento indiscriminado como em Brasília, com toque de recolher. Isso é inadmissível. O lockdown deixa mais pobre quem já é pobre. Então crítico, sim, o governador (Ibaneis), porque sou cidadão e moro em Brasília”, disse Bolsonaro.
Novamente, o chefe do Executivo defendeu sua opinião com “fato verídico” sobre o isolamento total adotado em estados, mas ignora as pesquisas de especialistas em saúde e cientistas sobre os efeitos adversos do uso da cloroquina, hidroxicloroquina e a ivermectina.
Com informações do UOL