
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a causar polêmica nesta segunda-feira (1º) ao publicar em sua página no Facebook uma frase popularizada pelo fascista Benito Mussolini.
A gravação mostra um idoso italiano gritando sozinho na rua que “a liberdade vale mais que a morte”. Em determinado momento, o manifestante solitário diz: “É melhor um dia como leão do que 100 como ovelha”, frase imortalizada pelo ditador em sua escalada autoritária.
Reações
Parlamentares não demoraram a reagir ao discurso do presidente.
“Bolsonaro exalta Mussolini, um ditador fascista aliado de Hitler, responsável por mais de 440 mil mortes e q perseguiu quem discordava dele. O presidente brasileiro deixa bem claro que quer um regime autoritário por aqui. Não nos intimidaremos e não permitiremos! #Somos70porcento”, declarou o líder do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (RJ), fazendo menção ao movimento de defesa democrático lançado no último sábado.
Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) afirmou que a publicação é mais uma prova do projeto autoritário do presidente. “Não esconde quem são seus ídolos e se assume um fascista”, afirmou.
Estratégia
Citando o filósofo estudioso do neofascismo, Jason Stanley, o deputado José Guimarães (PT-DF), atual líder da Minoria na Câmara, reforçou os conceitos descritos pelo pensador. “A política fascista inclui muitas estratégias diferentes: o passado mítico, propaganda, anti-intelectualismo, irrealidade, hierarquia, vitimização, lei e ordem, ansiedade sexual, apelos à noção de pátria e desarticulação da união e do bem-estar público”.
Líder do Psol na Câmara, Fernanda Melchionna (RS) preferiu listar as referências nazistas já feitas por Bolsonaro e seus indicados para apontar o avanço do projeto no país. “Já tivemos Guedes citando política nazista, ex-secretário de Cultura citando Goebbels e bandeiras fascistas em protestos. Agora, no dia de protestos antifascistas, Bolsonaro faz referência a Mussolini. Nunca o adjetivo ‘fascista’ para o governo foi tão exato”.
Ustra e Pinochet
Reginaldo Lopes (PT-MG) também aproveitou a oportunidade para recordar a menção feita por Bolsonaro a outros nomes associados a regimes extremistas. “Bolsonaro nunca escondeu sua admiração pelo ditador Pinochet e pelo torturador Ustra. Agora, na Presidência, perdeu a vergonha para citar frases do fascista Benito Mussolini, maior aliado de Hitler. Ser #AntiFascista é lutar por um país de paz e de respeito”, disse o deputado.
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