
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (5), em São Paulo, que a próxima indicação dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) será mais do que “terrivelmente evangélico”, como havia prometido, mas um pastor evangélico.
A fala polêmica foi dita durante o culto de aniversário do pastor Wellington Bezerra da Costa, presidente das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus do Brasil, no bairro do Belenzinho, Zona Leste de São Paulo.
“A segunda vaga, com toda a certeza, mais do que um terrivelmente evangélico, se Deus quiser nós teremos lá dentro um pastor”, afirmou.
A segunda vaga citada pelo presidente está prevista para 2021, com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello. Cabe ao presidente indicar o escolhido, que passa por sabatina no Senado.
Para a primeira vaga, após aposentadoria compulsória do decano Celso de Mello, Bolsonaro indicou o juiz federal Kassio Nunes, 48, hoje integrante do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Também compareceram ao evento os ministros Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Milton Ribeiro (Educação), ambos pastores. No final do discurso, o presidente ainda completou: “Imaginemos as sessões daquele Supremo Tribunal Federal começarem com uma oração”.
Bolsonaro é Russomano
A passagem do presidente por São Paulo começou com um encontro, no aeroporto de Congonhas, com o candidato a prefeito Celso Russomanno (Republicanos), a quem Bolsonaro declarou apoio.
“Eu não pretendia entrar nas decisões de eleições municipais, mas Russomanno é amigo de velha data e estou pronto para ajudá-lo no que for preciso”, disse.
Segundo Russomanno, o presidente sentiu necessidade de entrar em sua campanha em resposta ao que chamou de frente de oposição criada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que busca a reeleição. Caso Covas seja reeleito, ajudaria eleitoralmente a possível candidatura presidencial de João Doria (PSDB) em 2022.