
Um dia após reunião tensa com Mandetta sobre isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro descumpriu às normas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e provocou aglomerações de pessoas. Ele visitou vários comércios locais ainda abertos em Brasília e cumprimentou populares.
“O povo quer trabalhar. É o que eu tenho falado desde o começo. Vamos tomar cuidado, a partir dos 65 fica em casa”, disse Bolsonaro, que completou 65 anos no dia 21.
Voltando de seu passeio irresponsável pelas ruas do DF, o presidente afirmou que estava “com vontade” de baixar um decreto liberando que pessoas de todas as profissões possam trabalhar durante a pandemia, e não só as que fazem serviços essenciais. Afirmando ainda, como justificativa, que “todos nós vamos morrer um dia”
Mais tarde, em vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente incentivou que “todos os políticos” saiam às ruas para, em sua avaliação, entender a realidade do País.
Em uma reunião no sábado, como revelou o Estadão, Mandetta fez um alerta ao presidente e aos demais ministros: “Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pelas ruas?” Em outro momento, Mandetta deixou claro que, se o presidente insistisse em ir às ruas, seria obrigado a criticá-lo. E Bolsonaro rebateu que, nesse caso, iria demiti-lo.
Procurado ontem para se manifestar sobre o passeio do presidente, Mandetta respondeu que não comentaria.