
O presidente Jair Bolsonaro deve manter críticas às medidas restritivas e defesa do chamado “isolamento vertical” – de idosos ou pessoas com doenças pré-existentes – como a melhor forma de combater a pandemia da covid-19.
Segundo o Valor, auxiliares já trabalham para angariar apoios públicos e devem, nos próximos dias, promover ações para mostrar que Bolsonaro não está isolado.
A ideia do presidente é manter discurso contrário às restrições para que o peso político da paralisia econômica e da perda de empregos recaia sobre os governadores.
Ontem à tarde, Bolsonaro disse no Palácio da Alvorada que o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, “já está convencido” de que esta é a melhor estratégia. E afirmou que “alguns governadores e prefeitos erraram na dose” e que “o povo quer trabalhar.
O presidente voltou a criticar a mídia por espalhar “histeria” em torno do coronavírus. E disse que “o pânico é uma doença” que afeta a economia e o emprego.
Riscos do isolamento vertical
O isolamento apenas do grupo de risco não impede que outras pessoas sejam vetores do vírus. Diferente da Europa, a maioria dos idosos brasileiros moram com as suas famílias, composta por pessoas mais jovens.
Além desse risco, a circulação normal pode causar sobrecarga no sistema de saúde com muitos casos de pacientes jovens. Causando a indisponibilidade de leitos para outras doenças ou para os casos mais graves que ainda poderão ocorrer.