
Por Plinio Teodoro
Em conversa com apoiadores na manhã desta terça-feira (24) no cercadinho do Palácio da Alvorada, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que pretende estar presente nos atos do dia 7 de Setembro “na Esplanada e na Paulista”.
“Pretendo estar aqui na Esplanada e na Paulista também”, afirmou Bolsonaro. “Eu falei ontem: estou conspirando bastante… a favor da Constituição”, emendou.
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Bolsonaro tem apostado suas fichas em atos antidemocráticos convocados por ele para o próximo dia 7. Em mensagem em grupos de WhatsApp, o presidente falou em “provável e necessário contragolpe” contra o que ele considera um golpe do Supremo Tribunal Federal (STF) com setores da esquerda para desestabilizar seu governo.
“O tamanho desta manifestação deverá ser o maior já visto na história do país, a ponto de comprovar e apoiar, inclusive internacionalmente, para que dê a ele e às FFAA, para que, em caso de um bastante provável e necessário contragolpe que terão que implementar em breve”, diz o texto difundido pelo presidente.
As declarações e gestos de Bolsonaro tem incitado policiais militares a engajarem no golpe, ainda mais depois que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou o coronel Aleksander Lacerda, comandante do Batalhão da região de Sorocaba.
Deputado bolsonarista, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) afirmou que foram alugados cerca de 50 ônibis para levar PMs do interior paulista ao ato na capital.
Cultos clandestinos
No encontro com apoiadores, Bolsonaro ainda ironizou notícia divulgada pelo Brasil de Fato de que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, estaria promovendo cultos clandestinos da Igreja Batista no Palácio da Alvorada.
De acordo com a matéria, o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República virou célula da Igreja Batista Atitude de Brasília, frequentada pela primeira-dama. Já o Palácio da Alvorada, residencial oficial, é identificada pela igreja em suas redes sociais como sede da “Célula Bilíngue Shalom”, a mesma que funciona no Planalto. Cultos evangélicos com aglomerações têm sido realizados nos prédios públicos.
Pelo menos, desde janeiro de 2020, encontros e cultos são realizados nas dependências do Poder Executivo. O que continuou a ocorrer, inclusive, durante a pandemia de covid-19. Infringiram, portanto, as regras impostas pelo Governo do Distrito Federal a eventos religiosos na pandemia. As informações são do
“Fizeram uma nota na semana passada de que minha esposa realiza cultos clandestinos aqui na casa dela”, disse, aos risos. “Não tenho o que falar, né?”, seguiu o presidente.