
A posição dúbia do Brasil em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia revela o posicionamento de Jair Bolsonaro (PL) diante do conflito – onde tentou se intrometer para agradar sua base eleitoral. Pressionado pela escalada do aumento nos preços do petróleo, o governo considera alterar a atual política de preços da Petrobras. O que é defendido, especialmente, por candidatos ao Planalto, como Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT).
Na busca de saídas, aliados de Bolsonaro o aconselham defender a suspensão de reajuste dos combustíveis durante o período de guerra. Se nada for feito, os preços podem sofrer reajustes de 30%.
Uma das saídas defendidas por aliados de Bolsonaro seria pedir uma espécie de ‘cota de contribuição’ para segurar os reajustes. A sugestão foi levada ao atual ocupante do Planalto nesta segunda-feira (7), de acordo com o Valor.
Aliados avaliam que mudanças acabarão por ser feitas. Por isso, seria melhor fazê-las agora para tentar faturar eleitoralmente. Se a escalada de preços não for contida, os planos eleitoreiros de Bolsonaro podem ir por água abaixo.
Nesta segunda, o barril de petróleo chegou a U$140, elevando os preços dos grãos e metais industriais. O que deve contribuir para elevar a inflação ao redor do globo.
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Não é só Bolsonaro que está de olho na reeleição
Os preços das commodities saltaram após as declarações do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que afirmou que Washington e União Europeia consideram proibir as importações de petróleo russo.
Apesar de ser uma resposta robusta à Vladimir Putin, o ano eleitoral que acontece em 2022 em alguns países europeus, como a França, pode segurar essas sanções por medo de que a explosão no aumento da gasolina e das contas de aquecimento atrapalhem as eleições por lá já que a Europa tem forte dependência do petróleo russo – mais que os EUA.
A Alemanha é o país que tem maior dependência energética da Rússia e já disse que continuará comprando tanto petróleo, como gás natural e carvão russos.