
Por Plinio Teodoro
A comemoração do Dia do Soldado nesta quarta-feira, 25 de agosto, pode dar um panorama do que os apoiadores de Jair Bolsonaro (Sem partido) pretendem fazer no próximo dia 7 de Setembro.
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Bolsonaro deve discursar nesta quarta-feira no Quartel-General do Exército, onde deve ditar os rumos para os apoiadores. Militares temem que o presidente eleve o tom e faça uso político do evento, como fez da entrega do convite para a Operação Formosa, no Planalto.
Durante o evento, Waldir Ferraz, ex-assessor e espécie de “faz-tudo” de Bolsonaro no Rio, pretende levar para frente do QG um grupo de bolsonaristas para um ato em apoio ao presidente.
Tratado por Bolsonaro como Jacaré, Ferraz, que ocupa um cargo comissionado no governo Cláudio Castro (PSC), no Rio, foi um dos principais organizadores da primeira motociata em apoio ao presidente, ocorrida na capital fluminense.
Ferraz convocou principalmente reservistas das Forças Armadas que serão levados à Brasília em “uma espécie de caravana, com ônibus alugados”. A frente do QG do Exército já foi palco de manifestações golpistas em abril de 2020, quando Bolsonaro discursou para apoiadores.
Em sua página no Facebook, o ex-assessor mantém em destaque a agenda da “caravana”, que prevê um encontro com Bolsonaro no cercadinho do Palácio da Alvorada logo pela manhã.
“Waldir Ferraz convoca todos os veteranos FAFA [NR.: Forças Armadas], que tem como bandeira: Família, Pátria Livre e Propriedade Privada, à participarem do nosso 1º Encontro Nacional”, diz o texto destacado na página do ex-assessor de Bolsonaro.
Temor da cúpula do Exército
De acordo com a colunista do Uol Carla Araújo, por mais que cúpula do Exército tente se manter distante da política e das polêmicas do presidente Bolsonaro – que tem empunhado cada vez mais um discurso golpista contra o STF – o Quartel General (QH) do Exército, em Brasília, deverá ser palco de mais um discurso de “convocação” do presidente para os atos do dia 7 de setembro.
De acordo com a jornalista, em caráter reservado, alguns militares da ativa relataram desconforto com a situação de crise institucional atual e lamentaram o que já preveem como “comparação ao evento dos tanques na Esplanada da Marinha”. Há ainda o receio de que o presidente acabe usando o espaço para uma fala “acima do tom”.
Com informações do Uol