
Por Plinio Teodoro
Jair Bolsonaro (Sem partido) tem usado de todos os artefatos para inflar ao máximo os atos que convoca em seu apoio no dia 7 de Setembro e, para isso, teria proibido ministros de anunciarem medidas impopulares ou divulgarem notícias ruins até a data, quando estão previstos atos a favor e contra o governo.
Segundo Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo deste domingo (29), a censura imposta por Bolsonaro tem como principal foco o Ministério de Minas e Energia, que lida com a perspectiva de um apagão devido à crise hídrica que afeta diretamente o abastecimento de energia.
Bolsonaro tem trabalhado intensamente na convocação dos atos. Neste sábado (28), em Goiânia, ele participou de encontros com pastores evangélicos, líderes políticos e sertanejos. Em todos os encontros ele fez questão de enfatizar que todos devem estar presentes nos atos do 7 de Setembro.
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Líderes de partidos que fazem parte da base de apoio ao governo revelam que a expectativa é que o ato na avenida Paulista – reservada aos bolsonaristas pelo governador paulista, João Doria (PSDB) – reuna mais pessoas que as manifestações contra o governo Dilma Rousseff (PT) entre 2015 e 2016.
No entanto, o receio é que os atos inflados, caso se concretizem as expectativas, farão com que Bolsonaro radicalize ainda mais o tom no ataque às instituições e subsidiem seu discurso golpista.
“Não tenha dúvidas, ele não vai deixar por menos. Diante de uma multidão, se houver essa quantidade [de pessoas], e provavelmente haverá, ele vai certamente querer uma radicalização. Ninguém consegue contê-lo, é ilusão”, disse o presidente do PSB Carlos Siqueira à Folha de S.Paulo neste domingo.