
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em vídeo nesta terça-feira (12) que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), é um “comunista gordo”. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo comentou que a característica é comum aos líderes de países comunistas, citando a Coreia do Norte e a Venezuela como exemplos.
— Vocês repararam que, nos países comunistas, geralmente o chefe é gordo? O cara da Coreia do Norte, gordinho né? Venezuela, gordinho né? Maranhão? — disse Bolsonaro, rindo na sequência.
Após tomar conhecimento da declaração preconceituosa, Dino reagiu em suas redes sociais ao que classificou como “piada, além de sem graça, repetida”. O governador ainda chamou o de “fracassado” e presidente que ele trabalha.
“1. “Piada”, além de graça, repetido. Compatível com a notória escassez de neurônios do indivíduo. 2. Ao bisonho e fracassado “piadista”, faço uma conclamação: VAI TRABALHAR. Os problemas federais são cada dia mais graves: inflação, desemprego, aumento dos combustíveis etc”, escreveu Dino, um dos mais ativos contra o governo.
O comentário ocorre no mesmo dia em que o IBGE anunciou que a inflação fechou 2021 em 10,06%, a maior alta em seis anos e bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central. Os principais vilões da inflação foram energia elétrica, combustíveis e alimentos.
Após a divulgação dos dados, Bolsonaro voltou a culpar medidas restritivas contra a pandemia pelo aumento dos preços. Durante a pandemia, governadores e prefeitos estabeleceram práticas como limitação ao horário de funcionamento de comércios e proibição de eventos com aglomeração. As políticas foram adotadas com o objetivo de reduzir o contágio pelo novo coronavírus.
— Agora, temos problemas. Inflação. Está o mundo todo com esse problema. Você lembra do fique em casa, a economia a gente vê depois? Estamos vendo a economia. O cara ficou em casa, apoiou e agora quer me culpar da inflação — afirmou o presidente.
Bolsonaro já atacou Dino antes
Não é a primeira vez que o presidente fez ataques gordofóbicos contra Flávio Dino. Em agosto, Bolsonaro já havia dado declaração semelhante, comprando Dino a Kim Jon-Un, da Coreia do Norte, e Nicolas Maduro, da Venezuela.
“Flávio Dino [inaudivel] da vacina dizendo que é dele. Reparou como estados onde o comunismo fala mais alto o único gordo é o chefe de estado? Lá na Coreia do Norte é um gordo, lá na Venezuela é um gordo e lá no Maranhão é um gordo também”. Jair Bolsonaro
Bolsonaro também já se referiu ao ex-presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia, como “gordinho” e tem um histórico de declarações preconceituosas. Em uma delas, comentário racista sobre o cabelo de um apoiador negro com “black power”, ao associar seus fios crespos à sujeira. Bolsonaro se referiu ao homem como “criador de barata”. O chefe do Executivo também atacou a imprensa ao menos 68 vezes em 2021 , conforme levantamento preliminar da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Com informações do jornal O Globo