
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta terça-feira (7), na Avenida Paulista, em São Paulo. Desta vez, Bolsonaro atacou diretamente o ministro do STF Alexandre de Moraes, que assume a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. E afirmou que não vai cumprir decisões judiciais assinadas por Moraes.
“Ou esse ministro [Alexandre de Moraes] se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixe de censurar o povo. Mais do que isso, nós devemos, sim, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade”, disse Bolsonaro.
“Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou”, completou.
“Não vamos mais admitir que pessoas como Alexandre de Moraes continue a açoitar a nossa democracia e desrespeitar a nossa constituição. Ele teve todas as oportunidades de agir com respeito a todos nós, mas não agiu dessa maneira como continua a não agir”, disse Bolsonaro.
O líder da Oposição deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) cobra posicionamento dos chefes dos Poderes.
Para o líder da Minoria deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) os atos antidemocráticos são “confissão de culpa”.
O líder do PSB deputado Danilo Cabral (PSB-PE) cobra os Poderes para que ajam contra o fascismo de Bolsonaro.
Para o deputado Denins Bezerra (PSB-CE), Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade e cobra uma “reação formal do Congresso”.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) observa que São Paulo representa o retrato do Brasil dividido.
O deputado Camilo Capiberibe (PSB-AP) observa que Bolsonaro falou pouco em seus discursos “porque não tem o que dizer”.
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) afirma que é um governo “incompetente”.
O governador do Maranhão Flávio Dino (PSB) reforça a ameaça ditatorial de Bolsonaro.
Dino também destacou que a Lei 1.079/50, prevê em seu artigo art. 6º que “usar de violência ou ameaça, para constranger juiz, ou jurado, a proferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar de fazer ato do seu ofício”, como o que Bolsonaro faz, são crimes de responsabilidade.
O governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) observa que Bolsonaro está “em campanha permanente e não governo o país”.
Alexandre de Moraes é responsável pelo inquérito que investiga o financiamento e organização de atos contra as instituições e a democracia e pelo qual já determinou prisões de aliados do presidente e de militantes bolsonaristas. Bolsonaro é alvo de cinco inquéritos no Supremo e no Tribunal Superior Eleitoral.
As ameaças golpistas e ataques a ministros do Supremo fazem parte de uma narrativa que vem sendo defendida e reafirmada pelo presidente há semanas, com maior intensidade às vésperas do feriado.
Mais cedo, Bolsonaro também fez ameaças golpistas e ataques ao STF no discurso que fez em um carro de som para seus apoiadores, em Brasília. Ele, porém, não havia citado nomes. Mas havia prometido endurecer o discurso que faria em São Paulo.
Com informações do G1