
Uma das maiores e mais populares criptomoedas do mundo, o Bitcoin, está em queda livre. A moeda virtual foi de de uma alta histórica próxima a US$ 70 mil — cerca de R$ 360 mil —, por bitcoin em novembro de 2021 para pouco acima de US$ 20 mil — R$ 100 mil —, agora, em junho de 2022.
A cotação caiu 25% apenas nos últimos cinco dias, para seu valor mais baixo em 18 meses e a tendência é desvalorizar ainda mais.
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O mercado se assusta com a queda, que vem puxando outras criptomoedas também para baixo. No último mês, duas moedas menos conhecidas, mas ainda assim importantes, entraram em colapso. As perspectivas do bitcoin já não eram boas e, nas últimas horas, surgiram notícias ainda piores. E a questão que paira é:
O quê está acontecendo no universo das criptomoedas?
Especialistas dizem que isso se deve ao clima econômico global. Não é apenas no mundo das criptomoedas que há problemas.
Em diversos países, existe um risco crescente de recessão, a inflação e os juros estão subindo e o custo de vida está piorando. Os mercados de ações também oscilam, com o S&P 500 dos EUA — um dos principais índices da bolsa estadunidense —, em baixa.
Como resultado, há menos opções para investidores aplicarem seu dinheiro.
Além disso, muitos investidores comuns — não só os ricos donos de fundos de hedge, mas também pessoas comuns —, têm menos dinheiro para investir em qualquer coisa. Para muitos, um investimento em algo tão volátil e imprevisível quanto a criptomoeda parece um risco grande demais nestes tempos.

Como resultado, muitos estão agora vendendo suas criptomoedas. E quanto mais pessoas vendem, menos o bitcoin vale, porque é assim que funciona — seu valor está atrelado à sua demanda.
Cenário crítico
Nesta quarta-feira (15), três notícias fizeram a cotação da criptomoeda “amargar” ainda mais:
- A Binance, a maior bolsa global de criptomoedas (basicamente uma plataforma para negociação de criptomoedas), pausou todas as retiradas de bitcoin por algumas horas. A bolsa disse que isso aconteceu por causa de uma “transação emperrada” — embora nem todos acreditem nessa versão.
- O credor de criptomoedas Celsius fez o mesmo — mas citou “condições extremas de mercado” em vez de dificuldades técnicas. A exchange Coinbase acaba de anunciar que está demitindo 18% de sua força de trabalho, culpando, em parte, o que muitos tem chamado de “inverno cripto” — a grande crise no setor.
- Investidores assustados estão vendendo ainda mais bitcoin. O motivo: o pause na retirada de bitcoins da Binance e Celsius. Imagine se de repente você não pudesse sacar dinheiro do seu banco, ou ouvisse que outras pessoas não podem? Você estaria no caixa eletrônico mais próximo, junto com todo mundo, em tempo recorde, e isso por si só criaria ainda mais agitação e pânico.
É o fim do Bitcoin?
Por mais que o cenário seja nada otimista, o bitcoin não vai “partir dessa pra melhor” (ainda). Para estabilizar a moeda, as pessoas que ainda têm bitcoin precisam mantê-lo e outras precisariam começar a comprá-lo. Isso já aconteceu no passado.
Os fanáticos por criptomoedas dirão que agora é um ótimo momento para comprar, porque tudo está barato — e que é preciso ficar parado e assistir o jogo virar.