
Horas após tomar posse como presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (20), o democrata Joe Biden começou a desfazer políticas retrógradas e conservadoras instituídas durante o mandato de Donald Trump. Ao todo, o novo presidente americano já assinou 17 decretos.
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Segundo a equipe de assessores de Biden, as ordens executivas estão divididas em quatro áreas principais classificadas como “crises convergentes”: pandemia de coronavírus, crise econômica, meio ambiente e questões de imigração e diversidade.
Entre as medidas mais importantes estão a revogação da declaração de emergência que ajudou a financiar a construção de um muro na fronteira dos EUA com o México, a suspensão do processo de saída da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o restabelecimento de um conselho na Casa Branca para coordenar a resposta ao coronavírus.
Biden promete ainda, para os 100 primeiros dias de governo, vacinar 100 milhões e mudar completamente a abordagem de combate à pandemia, para reduzir seu impacto econômico e social.
Retorno ao Acordo de Paris
Cumprindo sua promessa de campanha, Biden ordenou a volta dos EUA ao Acordo de Paris. Seu antecessor, Donald Trump, decidiu deixar em 2017 o tratado que rege medidas de redução de emissão de gases estufa. Segundo o novo presidente, seu objetivo é alcançar saldo zero em emissões de gases de efeito estufa até 2050.
O democrata também revogou uma licença que era essencial para o projeto de oleoduto Keustone XL e uma moratória a atividades de exploração de óleo e gás no Refúgio Nacional da Vida Selvagem no Ártico.
“Alguns dos atos executivos que vou assinar hoje vão ajudar a mudar o curso da crise da Covid-19 e combater a mudança climática de maneiras que não fizemos até agora. Acho que algumas das coisas que vamos fazer serão ousadas e vitais, e não há hora melhor para começar do que hoje”, acrescentou.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) enviou uma carta cumprimentando Biden nesta quarta (20), na qual afirma que o Brasil tem compromisso com o Acordo de Paris. A mensagem, no entanto, é contraditória, já que o aliado de Trump chegou a sinalizar que seguiria seus passos e também retiraria o país do tratado.
Igualdade racial e de gênero
Após um ano marcado pelo escancaramento do racismo estrutural nos EUA, Biden luta para reverter o abismo racial acentuado por Trump. O democrata assinou um decreto exigindo que todas as agências federais tornem a equidade racial um fator central em seu trabalho.
A exigência inclui que cada órgão do governo entregue um relatório dentro de 200 dias com um plano de como remover obstáculos às oportunidades em políticas e programas federais.
O novo presidente também deve encerrar a “Comissão 1776”, um conselho consultivo criado e propagandeado por Trump como fonte de “educação patriótica” que “celebra a verdade”. O principal motivo seria que alguns relatórios produzidos pela comissão distorcem a história da escravidão nos EUA e tentam apagar as reais consequências da segregação racial no país.
Outra demanda do novo governo é o fim da discriminação com base na orientação sexual ou na identidade de gênero, uma política que reverte, por exemplo, a proibição decretada por Trump a pessoas transgênero servirem às Forças Armadas dos EUA.
N o Twitter, o perfil da Casa Branca afirmou: “Atualmente, enfrentamos quatro crises convergentes – Covid-19, a crise econômica gerada, as mudanças climáticas e a desigualdade racial. Hoje, o presidente Biden tomou medidas para combater esses desafios”.
Com informações da Folha de S. Paulo, Agência Brasil e G1