
Impulsionado pelo vanguardismo da China,o Banco Central Europeu (BCE), responsável pela macroeconomia na zona do euro, decidiu correr atrás do atraso no desenvolvimento de uma moeda digital. O país comunista levou cerca de seis anos para preparar a versão do yuan em criptomoeda.
O anúncio foi feito pela presidenta do BCE, Christine Lagarde, durante seminário virtual organizado pela revista The Economist na quarta-feira (10). Ela tem a expectativa de levar menos tempo do que Pequim para desenvolver a criptomoeda do euro. Ela estimou que o processo levará cerca de quatro anos.
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A moeda digital patrocinada pelo Banco Europeu seria canalizada por meio de bancos e seria “completamente segura”. A presidenta da instituição ressaltou que será preciso assegurar que a futura moeda digital não substituirá as notas no papel, respeitará privacidade e não facilitará a venda de dados pessoais ou a exploração dos mesmos.
“Temos em mente a estabilidade do sistema, devemos ter cuidado para que seja um meio de pagamento e não de especulação, que não seja usado para explorar a estabilidade do sistema bancário.”
Christine Lagarde, presidenta do BCE
Recusa à bitcoin
Ao longo da conversa patrocinada pela publicação britânica, Lagarde opinou que bitcoin não é uma moeda digital, pois não tem os elementos de estabilidade necessários para atender a essa definição. Ela afirmou que se trata de um “ativo criptográfico” que vem sendo “explorado” de diferentes formas.
Por essa razão, ela descartou que os bancos centrais comprem “bitcoin” para reservas: “Acho que é altamente improvável, senão impossível”, declarou.
Gestão da União Europeia na pandemia
Lagarde elogiou a gestão da pandemia por parte das autoridades da União Europeia (UE), incluindo o BCE – salvo as últimas dificuldades com as vacinas -, e admitiu que a crise aumentou as desigualdades a nível mundial.
Ela ressaltou ainda que, na recuperação de cada país, deve-se levar em consideração que as mulheres “sofreram muito com o agravamento das desigualdades econômicas” derivadas da crise sanitária.
Christine Lagarde também observou que os países europeus devem manter os estímulos econômicos e fiscais pelo menos até 2021 “e certamente mais além”, dependendo de como a vacinação e outras medidas para conter o vírus progridem.
Com informações da EFE