A ideia de recriar o Ministério da Segurança Pública faz parte de lobby da bancada da bala e ganha força no momento em que movimentos pró-democracia vão às ruas

A ideia de recriar o Ministério da Segurança Pública ganhou força com a exoneração do ex-ministro Sérgio Moro, que, antes de assumir o cargo, exigiu a unificação da Justiça e da Segurança Pública, criando um superministério. O lobby pela retomada da pasta parte de integrantes da bancada da bala na Câmara. Bolsonaro espera o melhor momento para o anúncio.
Coincidência ou não, a mudança a ser definida pelo presidente parece ganhar urgência, bem no momento em que movimentos pró-democracia, e contra ele, vão à ruas.
Segundo o Estadão, parlamentares da bancada da bala desembarcaram em Brasília nesta semana para conversar com o presidente sobre a nova pasta, que deve ser criada por Medida Provisória.
Fraga cotado para a pasta
O ex-deputado Alberto Fraga (DEM) é um dos cotados para assumir a pasta e esteve no Palácio do Planalto na terça-feira (26). Na ocasião, ele defendeu a divisão das pastas.
“Se você pegar a estrutura da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) e criar o ministério não há acréscimo nenhum de despesa, a não ser o salário do ministro. Só isso”, defendeu Fraga.
Com a mudança, a estrutura hoje comandada por André Mendonça ficará esvaziada, sem seus órgãos mais importantes, como a Polícia Federal, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em maio, logo após a demissão de Moro, Bolsonaro admitiu que Fraga teria chance de ser nomeado ministro. “É meu amigo desde 1982”, justificou.
‘Quarta onda’
O líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública, que reúne a bancada da bala, Capitão Augusto (PL-SP), afirmou ao jornal que a expectativa é recriar o ministério até julho.
Na opinião de Augusto, é preciso se preparar para a “quarta onda” da crise do coronavírus, que envolve um possível aumento na violência no fim do ano.
Com informações do Estadão.