
Candidato à presidência da Câmara dos Deputados, com apoio de 11 partidos, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) disse que um eventual novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro será tratado “com muita clareza e objetividade” e dentro do que manda a Constituição. “É prerrogativa do Parlamento, e nós não podemos abrir mão de nenhuma prerrogativa”, declarou após reunião com a parte da bancada catarinense na manhã de ontem, em Florianópolis.
A afirmação ocorre após cobrança da cúpula do PT, que questionou declarações do deputado sobre o assunto.
No domingo (10) a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) tornou público que um dos itens do acordo para ter o apoio do partido de esquerda é a de “analisar denúncias de crimes do presidente da República”.
Baleia Rossi diz que sua candidatura quer garantir uma Câmara que respeite as diferentes opiniões. “A minha candidatura não é de oposição, mas sim uma candidatura que defende a independência da Câmara federal. A sociedade espera mais liberdades.
Nós respeitamos as instituições e respeitamos a ciência”, afirmou ontem, em Florianópolis.
Correligionários do partido ouvidos pelo Estadão disseram que o discurso “apaziguador”, longe de polêmicas, pode favorecer Baleia Rossi.
O maior desafio será conseguir o consenso entre outros 10 partidos que o apoiam na disputa: DEM, PT, PSL, PSB, PDT, PCdoB, PSDB, PV, Cidadania e Rede. Se fosse garantida a fidelidade dos parlamentares aos partidos, Baleia teria 281 votos, dos 256 votos necessários para a vitória.
“O bloco tem várias ideologias, o fato da presença de Baleia ser simbolizada pela Câmara livre atende os anseios da sociedade e dos partidos”, afirmou Carlos Chiodini (MDB-SC).
Baleia Rossi viajou a Santa Catarina acompanhado do deputado federal Júnior Bozzella, presidente do PSL em São Paulo e que representa apoio da ala ligada a Luciano Bivar, presidente nacional do partido. Mesmo assim, em Santa Catarina, dos 16 deputados da bancada federal, apenas quatro compareceram ao encontro. Além dos três emedebistas Carlos Chiodini, Peninha e Celso Maldaner, apenas Carmen Zanotto (Cidadania) que não era do partido compareceu ao encontro.