
Um auxiliar do gabinete pessoal do presidente Jair Bolsonaro faleceu em decorrência da Covid-19 no início do mês, mas a informação tem sido mantida sob sigilo pelo Palácio do Planalto, segundo reportagem do site O Antagonista. O 2º sargento do Exército Silvio Kammers foi a primeira vítima fatal da doença entre os funcionários do entorno do presidente.
Portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 10 de março declarou vaga, “a contar de 4 de março de 2021” a gratificação do servidor Silvio Kammers pelo cargo que ocupava, com a justificativa de “falecimento”. Um dia após o óbito, Bolsonaro voltou a defender remédios sem eficácia comprovada e chegou a afirmar que desconhecia algum funcionário do prédio que desenvolveu quadro grave da doença.
“Muitos têm sido salvos no Brasil com esse atendimento imediato, neste prédio mesmo, mais de 200 pessoas contraíram a Covid e quase todas, pelo que eu tenha conhecimento, inclusive eu, buscou esse tratamento imediato com uma cesta de produtos como a ivermectina, a hidroxicloroquina, a Anita, a Azitromicina, vitamina D, entre outros, que não tiveram sucesso, desconheço que uma só pessoa deste prédio tenha ido ao hospital para se internar”, afirmou Bolsonaro.
Em nota, a Secretaria-Geral da Presidência admitiu que houve um óbito no Planalto, mas não quis revelar o nome do funcionário. “Houve um óbito por Covid, mas não será divulgado o nome em respeito à privacidade do servidor e de sua família”, disse a pasta no texto.
Os esforços em manter o sigilo deve-se ao posicionamento do presidente, que tem considerado remédio sem eficácia comprovada como “milagrosos”. Desde a cloroquina até o spray nasal israelense, Bolsonaro defende o tratamento precoce e desvia a atenção das vacinas já existentes contra a Covid-19.
Não aceitando ser contrariado, o quarto ministro a assumir o Ministério da Saúde, Marcelo Queiroga, já admitiu que é a favor da prescrição. “Os médicos têm autonomia para prescrever”, disse Marcelo Queiroga, em sua primeira entrevista como ministro. Para ele, lockdown também só deve ser adotado em “situações extremas”.
Com informações do site O Antagonista e O Globo