
A Fundação João Mangabeira (FJM) disponibiliza aula-espetáculos do escritor, dramaturgo e socialista Ariano Suassuna. Entre elas está Riquezas e encantos da cultura brasileira, onde o grande artista exalta a história artística do Brasil e desmistifica conceitos pré-estabelecidos sobre a arte nacional, valorizando as riquezas brasileiras.
Logo no início, Suassuna questiona um cartaz intitulado Arte no Brasil – Uma história de cinco séculos, de uma exposição do Museu de Arte de São Paulo, que ele costumava carregar para todo canto.
“Isso é um sintoma de uma coisa muito ruim que acontece com a sociedade brasileira. Por trás dessa simples frase tem um preconceito enorme. Isso significa que a arte no Brasil só começa quando os portugueses chegam. Todo o passado rupestre, por exemplo, no Brasil está ignorado”, diz logo de início.
E compara com a Pedra do Ingá, repleta de desenhos e inscrições feitas por nossos antepassados.
“Olhe que beleza de desenho da Serra da Capivara, no Piauí. As pessoas que não têm conhecimento mais diário com a arte, às vezes, pensam que é um veado mal desenhado. Não é, não. Ele é altamente bem desenhado”, disse arrancando risos da plateia.
E não para por aí.
Citando Goethe, um dos maiores escritores alemães, afirmou que quem, por exemplo, fizer um desenho de cachorro igual ao um cachorro de verdade, não faria arte, apenas mais um cachorro.
Suassuna
Suassuna foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1989. Também integrou as academias Pernambucana Paraibana de Letras.
Ariano Suassuna faria 100 anos em 2022. E, por sua vida e obra, recebeu diversas homenagens que seguem até 2027. A cada ano, uma cidade vai sediar as celebrações. A primeira foi Paraty (RJ).
A obra mais famosa de Suassuna, O Auto da Compadecida, foi adaptada para a televisão e para o cinema. Além da capacidade imaginativa, a obra reúne seus conhecimentos sobre o folclore nordestino.