
Com plano de ação destaque contra o novo coronavírus, Mandetta tem seu trabalho contrariado por Bolsonaro
A atuação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em meio a crise provocada pelo coronavírus ‘Covid-19’ vem sendo elogiada até por opositores do governo. Entretanto, segundo o Estado de S. Paulo, o protagonismo do ministro tem incomodado o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Após estabelecer série de medidas para enfrentar a patologia, o ministro teve seu discurso atropelado por Bolsonaro quando o presidenciável participou dos atos contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal deste domingo, fomentado aglomerações e desrespeitando uma das principais recomendações estabelecidas.
Mandetta comparou a participação do presidente Jair Bolsonaro nas manifestações de domingo às pessoas que lotaram praias no Rio.
Na última semana, a presença de Mandetta em entrevista coletiva ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adversário do Planalto, também foi motivo de incômodo para o presidente. Em seguida, o grupo de Bolsonaro diz que o ministro deveria ter dado mais crédito ao presidente pelas medidas anunciadas.
Elogiado por uns, contrariado pelo presidente
Mandetta chegou ao ministério apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, seus colegas no DEM. Ao mesmo tempo, mantém relação amigável com outras figuras do seu partido como os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), atualmente um dos maiores críticos de Bolsonaro, e do Senado, Davi Alcolumbre (AP).
Em fevereiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso postou no Twitter que Mandetta “mostrou equilíbrio” e disse que “é disso que outros ministros precisam, não de ideologias de gênero, raça ou do que seja”.
O ministro da Saúde nunca integrou o grupo próximo de Bolsonaro nem aderiu pautas ideológicas. No fim do ano passado, chegou a confidenciar a antigos colegas da Câmara que trocaria o cargo no governo por uma candidatura a prefeito de Campo Grande (MS). No mesmo período, o contra-almirante que chefia a Anvisa dizia a aliados que estava cotado a assumir a pasta da Saúde.
Com informações do Estado de S. Paulo.