
Ator de “The Umbrella Academy” e da saga “X-Men”, anunciou nesta terça-feira (1º) em seu Instagram que se identifica como transgênero e que adotou o nome Elliot. O astro já foi indicado ao Oscar em 2008, como protagonista de “Juno”, de Jason Reitman.
Em carta emocionante, Elliot escreveu que sente “enorme gratidão pelas pessoas incríveis que o apoiaram nessa jornada”, e descreveu como “maravilhosa” a sensação de “se amar o bastante para finalmente ir atrás do seu eu verdadeiro”. Ele também ficou conhecido durante a carreira pelo ativismo na causa LGBTQ+.
“Eu me sinto infinitamente inspirado por tantos na comunidade trans. Obrigado por sua coragem, sua generosidade, e por trabalhar incessantemente para fazer deste mundo um lugar mais inclusivo e compassivo. Eu sempre oferecei qualquer apoio que eu puder dar à comunidade, e continuarei lutando por uma sociedade mais amorosa e igualitária.”
Além da gratidão aos que o acolheram bem, no entanto o ator citou o número da violência contra transgêneros em 2020, afirmando que “a estatística é assustadora”, e admitiu sentir medo.
“Para os líderes políticos que lutam para criminalizar o atendimento de saúde às pessoas trans, negando o nosso direito de existir, e para todas as pessoas que continuam usando suas plataformas enormes para falar coisas hostis às pessoas trans: vocês têm sangue em suas mãos. Vocês incentivam uma onda de ódio vil e humilhante que cai sobre os ombros da comunidade trans, onde 40% dos adultos já tentaram suicídio. Chega! Você não está sendo ‘cancelado’, está machucando pessoas. Eu sou uma dessas pessoas, e nós não ficaremos calados diante desse tipo de ataque.”
Encontro com Bolsonaro
Em 2016, Elliot apresentou a série documental Gaycation, da Vice, que explora a cultura LGBTQI+ ao redor do mundo e que teve gravações inclusive no Brasil, onde entrevistou Jair Bolsonaro, na época ainda deputado federal.
No episódio, o atual presidente é definido como “uma das principais vozes do movimento anti-gay do Brasil”. O ator citou matérias em que Bolsonaro diz que acredita que pais deveriam bater em seus filhos para que não fossem homossexuais.
“Quando eu era jovem, existiam poucos gays. Com o passar do tempo, com as liberalidades, aumentou-se bastante o número de homossexuais. Costumo dizer que se o filho começa a andar com certas pessoas, com certos problemas, ele vai achar que é normal”, afirmou Bolsonaro durante entrevista.
Durante a disputa presidencial, em 2018, Elliot também foi um dos famosos internacionais a se posicionar contra Bolsonaro. “Ele é um homem perigoso, homofóbico, racista e misógino que atualmente lidera a corrida presidencial no Brasil”, afirmou.