
Apesar do diagnóstico positivo para a Covid-19, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), não deixou de marcar sua presença no evento de lançamento da chapa Lula-Alckmin, no últimom sábado (7).
O seu discurso, feito por vídeo-transmissão, foi marcado pela reafirmação da união do socialista com o ex-presidente Lula (PT). “Até o final dessa missão, nós, presidente Lula, nós vamos estar juntos, apoiando e defendendo o seu governo, até que o seu trabalho tenha sido completamente realizado. Porque é disso que o Brasil precisa. E é essa a missão que determina a nossa aliança”, proclamou.
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Alckmin fez um discurso de pouco mais de 15 minutos, à distância, de casa e saiu maior do que entrou da festa da qual nem estava presente. Em suas falas, Alckmin quebra desconfiança da esquerda, ganha protagonismo na campanha e solução para adesão de outras forças políticas.
O ex-governador e agora pré-candidato a vice-presidente foi enfático ao defender a aproximação dos dois: “Obrigado, presidente Lula, por me dar o privilégio da sua confiança”. E garantiu: “Serei um parceiro leal”.
Alckmin defendeu a unidade ao redor da chapa. “Faço um chamado às demais forças políticas brasileiras: venham se juntar a nós. Ninguém duvide que sem Lula não haverá alternância de poder no país”.
Em crítica indireta ao governo de Bolsonaro, o socialista reinterou que Lula “é o caminho. “Quando a ignorância se une à mentira como estratégia política não devemos vacilar: o caminho é com Lula”.
Ao finalizar seu discurso, Alckmin conclamou: “Lula é a esperança que resta ao Brasil, é a única via da esperança para o Brasil”.
“Lula com Chuchu”
Durante o evento, Lula não poupou elogios a seu companheiro de chapa e tocou, assim como Alckmin havia feito em seu discurso um pouco antes, num tema sensível, especialmente aos petistas: lealdade. O trauma da traição de Michel Temer, que articulou o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (que estava no ato) está presente no PT e em toda a esquerda e centro-esquerda.
“Terei em Alckmin um parceiro leal. Sei que a lealdade jamais faltará a mim e menos ainda ao Brasil” disse Lula. Antes, Alckmin havia dito: “Serei um parceiro leal”.
Da mesma maneira que Alckmin havia feito uma brincadeira com o prato “Lula com Chuchu”, ao dizer em seu discurso que “o prato ‘Lula com Chuchu’ será um hit da culinária brasileira”, o ex-presidente brincou também. “O prato Lula com Chuchu tem muita energia e vocês podem começar a consumir hoje”.
Lula alertou que “o Brasil voltou a um passado sombrio” e que para superar isso, será necessário espírito generoso: “A tarefa de restaurar a democracia exige dedicação em tempo integral de todos nós. Não teremos tempo para odiar. Não faremos como nosso adversário. O Brasil precisa de paz.”
O presidenciável petista encerrou o discurso anunciando que passará a andar por todo o país e buscou animar a militância: “É proibido ter medo de provocações. Vamos vencer distribuindo amor, paz, sorrisos”.
Antes, falou amplamente sobre a economia, a educação, a cultura e os temas sociais. Ele dedicou largas passagens dirigindo-se às pessoas negras, atacando o “racismo estrutural”, aos povos indígenas, às mulheres, às pessoas LGBTQIA+.