
Novos bombardeios russos nas proximidades da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, mataram ao menos 13 civis e feriram outros 11 durante a noite desta quarta-feira (10). A Ucrânia denunciou a situação, que provoca grande preocupação entre a comunidade internacional.
O assunto é pauta nesta quinta-feira (11) do Conselho de Segurança da ONU. O governador de Nikopol, a 100 quilômetros da central de Zaporizhzhia, Valentin Reznichencko, confirmou as mortes no Telegram.
Ele informou que os russos usaram mísseis Grad e fizeram 80 disparos contra bairros residenciais, causando danos em blocos de apartamentos, prédios administrativos e deixando mais de 1 mil pessoas sem gás.
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“Passamos uma noite horrível (…) É muito difícil retirar os corpos dos escombros”, afirmou Reznichenko. No entanto, Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre a autoria dos ataques nos arredores da central nuclear.
A informação é de que, mesmo após os bombardeios, os níveis de radiação na usina ainda estariam “dentro dos limites normais”.
Segundo informações russas, a responsabilidade pelos ataques é da própria Ucrânia. “Mais uma vez bombardearam a usina nuclear Zaporizhzhia e o território perto da instalação nuclear”, disse Vladimir Rogov, membro da administração regional instalada em Zaporizhzhia desde março.
Rogov informou que os ucranianos usaram vários sistemas de lançamento de foguetes e artilharia pesada para realizar os ataques. Os dois lados relataram cinco bombardeios.
Há uma semana, um outro ataque havia sido registrado. As tropas russas assumiram o controle da usina no dia 4 de março.
O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, irá informar ao Conselho de Segurança sobre a situação na usina nuclear.
A instalação possui seis dos 15 reatores ucranianos, capazes de fornecer energia a quatro milhões de residências. O relatório da AIEA afirma que os bombardeios “violaram praticamente todos os sete pilares indispensáveis da segurança nuclear”.