
Em mais uma tentativa de se esquivar do desgaste político provocado pelo aumento do diesel, o presidente Jair Bolsonaro (PL) trocou o comando do Ministério de Minas e Energia.
A troca de Bento Albuquerque por Adolfo Sachsida foi publicada nesta quarta-feira (11) no Diário Oficial da União.
O aumento do diesel foi anunciado nesta semana, mas já na semana passada Bolsonaro criticou a Petrobras em uma das suas transmissões em uma rede social.
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O presidente chamou de “absurdo” o lucro da empresa e pediu que não houvesse o aumento.
Porém, o próprio Bolsonaro sabe que a Petrobras não poderia deixar aumentar o preço dos combustíveis, em especial do diesel. Isso para evitar um risco de desabastecimento.
O Brasil importa cerca de 30% do diesel que é consumido no Brasil. Se o preço lá fora estiver maior que aqui dentro, os importadores não importam o produto, que pode faltar.
Ainda assim, Bolsonaro fez ameaças à Petrobras com objetivos políticos de evitar que a responsabilidade por esse aumento seja atribuída a ele.
Fundo de Estabilização do Preço dos Combustíveis
Apesar das manobras do presidente para empurrar a responsabilidade pela alta dos combustíveis, havia uma solução em suas mãos que ele recusou.
O agora ex-ministro Bento Albuquerque havia proposto um Fundo de Estabilização do Preço dos Combustíveis, que seria formado por tributos federais.
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Assim, a Petrobras poderia contar com esse fundo em momentos de alta elevada dos combustíveis e cobrir custos. O que não aumentaria o preço final da gasolina, diesel e gás de cozinha.
Bolsonaro não adotou a medida, que foi apresentada ainda no início do governo. Se tivesse sido autorizada, naquele momento, o fundo já teria recursos suficientes para amortecer o reajustes de preço dos combustíveis.