
Na última sexta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comunicou que a presidenta do órgão, Susana Cordeiro Guerra, pediu exoneração do cargo. Segundo nota divulgada pelo instituto, a saída é motivada por questões pessoais e de família. “Ela continuará no cargo até a transição para o novo presidente a ser indicado”, informou.
Susana assumiu o cargo em fevereiro de 2019, escolhida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O anúncio se dá um dia após o Congresso Nacional aprovar o orçamento de 2021 com redução de quase 90% das verbas destinadas ao IBGE. Segundo o instituto, o corte pode inviabilizar a realização do censo, feito a cada dez anos.
Orçamento do IBGE esfacelado
Inicialmente, o orçamento pedido pelo IBGE para realizar o Censo era de R$ 3,4 bilhões, mas, após pressão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o instituto teve que enxugar a pesquisa, e o custo passou para cerca de R$ 2 bilhões. O Orçamento da União aprovado, no entanto, destina apenas R$ 71 milhões para a pesquisa — menos de 5% do custo acordado.
Na terça-feira (23), a direção do instituto já havia alertado que “as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas” sem a realização do Censo 2021.
“Sem o Censo em 2021, as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas pela ausência das informações que alicerçam as políticas públicas com impactos no território brasileiro, particularmente em seus municípios”, escreveram Susana e o diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, em artigo publicado pelo jornal O Globo e reproduzido na página do órgão.
Com informações do Congresso em Foco