
Por Henrique Rodrigues
No mesmo dia da prisão de Roberto Jefferson, ex-deputado federal e presidente nacional do PTB, decretada pelo ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga as ameaças a autoridades da República para desestabilizar o sistema democrático brasileiro, seus advogados já ingressaram com um pedido de habeas corpus na corte para converter sua prisão preventiva em domiciliar.
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O argumento usado por seus defensores é de que o bolsonarista sofre de uma inflamação aguda no fígado e que por isso precisa de cuidados que não terá na cadeia. A tentativa de abrandar a situação do condenado na Ação Penal 470 contrasta fortemente com o comportamento agressivo apresentado por Jefferson até o início da manhã.
Furioso, o aliado radical do presidente da República se dirigiu em áudio, nas primeiras horas da manhã, “aos conservadores e às conservadoras” do Brasil, insultando o STF e acusando a corte máxima do Judiciário nacional de ser “um partido político a serviço dos comunistas”. Ele fez também ameaças a Moraes.
Roberto Jefferson tem adotado um discurso ultraconservador e violento nos últimos tempos, especialmente após ter se tornado uma das lideranças políticas mais próximas de Jair Bolsonaro. Há mais de um ano o ex-parlamentar vem postando fotos e vídeos nas redes sociais nas quais aparece com diversas armas, inclusive fuzis, fazendo ameaças e dizendo coisas sobre “cortar cabeças” e “combater o comunismo”.
Mais ataques contra o STF
Além de mandar áudio para seus correligionários proferindo ofensas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), momentos antes de ser preso na manhã desta sexta-feira (13), provocou o ministro Alexandre de Moraes com um “recado” em seu mandado de prisão.
Ao receber o documento de agentes da Polícia Federal para dar o visto e assinalar que está ciente da detenção, o bolsonarista escreveu, próximo ao local onde estava escrito o nome de Moraes: “Canalhice do marido da dona Vivi”.