
O sonho do Brasil de eleger o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) caiu por terra nesta sexta-feira (13). O novo presidente do órgão, o americano Mauricio Claver-Carone, aliado de Trump e que recebeu o voto favorável do Brasil, retirou o país das vice-presidências do banco. A informação foi divulgada pela coluna Painel, na Folha de S.Paulo.
Principal cliente e um dos principais acionistas do BID, a posição de destaque fez com que o Brasil cogitasse o comando da instituição criada no pós-guerra para desenvolver os países latinoamericanos. Para atender a um pedido de Donald Trump, no entanto, o Brasil cedeu vaga, criando um problema diplomático com os vizinhos da região.
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Em vez de indicar um brasileiro, Claver-Carone optou pela hondurenha Reina Mejia para a vice-presidência-executiva, que estava prometida ao Brasil. Ele queria o nome de Alexandre Tombini, que foi presidente do Banco Central no governo Dilma Rousseff, mas a ideia foi rejeitada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) pelo passado petista do indicado. A opção alternativa do executivo, então, foi pela hondurenha.
“Lá vai o Brasil, descendo a ladeira”
As demais vagas ficaram com o Equador, o Paraguai e com a Argentina. Ironicamente, o presidente argentino Alberto Fernández foi um dos principais organizadores da oposição a Trump na eleição do BID e foi derrotado.
Até então o Brasil tinha a vaga de vice-presidente de países, com Alexandre Rosa, destituído também nesta sexta. O governo brasileiro ainda sonha com a possibilidade de que o trumpista apoie o Brasil na indicação de um nome para o BID Invest, braço de investimentos do BID.
Mas com a derrota de Donald Trump, o cenário é considerado mais difícil para integrantes da diplomacia brasileira e se torna ainda pior dada a resistência de Jair Bolsonaro (sem partido) em reconhecer a vitória do democrata.
EUA e Brasil somam cerca de 20% dos votos no BID Invest, posição menor do que no BID (41%). Soma-se a isso o desgaste com os vizinhos por ter apoiado uma ruptura na eleição da instituição, que pela primeira vez tem um americano no comando, quebrando uma tradição construída ao longo de 60 anos.
Com informações da Folha de S.Paulo