
Órgão fala em cenário de degradação dos níveis de armazenamento, em especial dos subsistemas Sul e Nordeste
Novo alerta do Operador Nacional do Sistema (ONS) revela um cenário grave a partir de novembro. A previsão é de esgotamento de praticamente todos os recursos energéticos por conta da crise hídrica.
O sinal vermelho foi ligado após o órgão elevar a previsão de carga e considerar uma menor e mais “realista” disponibilidade térmica para atender a demanda de energia, conforme nota técnica publicada na noite de quinta-feira (22).
O cenário, segundo o órgão, “resulta em uma degradação dos níveis de armazenamento ao final do período seco quando comparado com os resultados do estudo prospectivo anterior, em especial dos subsistemas Sul e Nordeste”.
“Com relação ao atendimento aos requisitos de potência, observam-se sobras bastante reduzidas no mês de outubro, com o esgotamento de praticamente todos os recursos no mês de novembro”, afirmou o ONS, em sua nota técnica.
O aumento da previsão de carga se deu, segundo o órgão, após um crescimento das atividades do comércio e serviços, além da manutenção do ritmo elevado da produção industrial, principalmente daquelas voltadas para exportação.
ONS atualiza estudo
A atualização do estudo incorpora as flexibilizações de restrições hidráulicas já autorizadas e considera o aumento do PIB para 4,5% ao ano, em vez dos 3% ao ano que até então era usado como parâmetro.
“Dessa forma, essa nota técnica traz premissas mais realistas e alinhadas com o momento econômico atual e às condições conjunturais do SIN (Sistema Interligado Nacional)”, disse o órgão.
Em contrapartida, o ONS frisou em nota que, nos dois cenários considerados na nota técnica, “não há risco de desabastecimento elétrico, mesmo diante das piores sequências hidrológicas de todo o histórico de vazões dos últimos 91 anos”. A fonte hídrica é a principal geradora de energia do país.
O ONS também destacou que “embora o estudo indique que até o fim de 2021 a situação permanecerá sensível, o Operador está acompanhando os desdobramentos das ações já em curso e atuando dentro de suas atribuições para aumentar a oferta das fontes de energia e garantir que não haja a suspensão do suprimento elétrico”.
Venda da Eletrobras
Apesar disso, o governo segue no desmonte estratégico do país. Aprovou a MP do Apagão, que permite a venda Eletrobras. Além dos riscos energéticos para o Brasil, vai prejudicar diretamente os funcionários da empresa, tira o poder do Senado para aprovar a diretoria do NOS e mente ao dizer ao dizer que a conta de luz vai diminuir.
O PSB foi contra a privatização. No mesmo dia da aprovação MP do Apagão, o líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), anunciou que a questão seria levada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Com informações da Folha de S. Paulo