
O líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), e o presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), alertaram para a condução do acordo financeiro entre o Brasil e Estados Unidos que trata de mudanças na política de Amazônia. Os parlamentares socialistas participaram do ato “Emergência amazônica – em defesa da floresta e da vida” e do “Fórum Climático da Amazônia”, ambos ralizados nesta quinta-feira (15).
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Os eventos foram organizados pelo Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia (FNPDA) e tiveram como centro do debate o acordo para repasse de dinheiro dos Estados Unidos ao Brasil com objetivo de financiamento de ações contra o desmatamento. O acordo tem sido conduzido pelos presidentes Joe Biden e Jair Bolsonaro (sem partido) para redução de desmatamentos.
Na ocasião, os socialistas destacaram a série de crises, inclusive ambientais, que o país vivencia. Também indicaram erros na política ambiental do governo Bolsonaro, além de criticar o ministro do meio Ambiente, Ricardo Salles.
Momentos de “emergência” no Brasil
De acordo com Molon, o Brasil vive um dos momentos mais difíceis da sociedade, decorrente da sobreposição de sucessivas crises e emergências.
“Nós vivemos uma emergência amazônica, mas também vivemos outras emergências que se sobrepõem e agravam umas às outras. A gente vive uma emergência ambiental no Brasil e no mundo, uma emergência climática, uma emergência socioeconômica e uma emergência sanitária.”
Alessandro Molon
O líder também afirmou que a atual política ambiental fez o desmatamento na Amazônia chegar aos maiores índices dentro do período de uma década. Molon ressaltou ainda que Salles é favorável a ações dos madeireiros.
Para Molon, nem Salles nem Bolsonaro não têm condições de serem as únicas partes envolvidas numa negociação de tamanha importância. Ele chamou atenção para a necessidade de incluir entidades que lidam com as questões ambientais no Brasil.
“Se o governo norte-americano está verdadeiramente preocupado com a Amazônia e com o aquecimento global, não deve assinar esse acordo sem que outros atores participem das tratativas. É indispensável incluir os povos da floresta, os cientistas, a academia e o terceiro setor na mesa de negociações.”
Alessandro Molon
Estruturação de órgãos ambientais
Para Agostinho, o Brasil precisa retomar uma política pública consistente de defesa da Amazônia. Na visão dele é necessária a reestruturação da legislação, incentivos e financiamento, especialmente nos órgãos de controle. O socialista lembrou que o orçamento atual para a área ambiental é o pior dos últimos 20 anos.
“A gente não vai avançar se não tiver essa política pública de qualidade, algo que a gente não vê no momento. É tempo de reagir, é tempo de ação, de enfrentamento. Amazônia para a vida, não para a morte.”
Rodrigo Agostinho
Agostinho ressaltou que a floresta tem sofrido ataques de todos os lados, como o desmatamento aumentando, tanto para agricultura quanto para pastagem. “As ameaças vêm de todos os lados, atacam os povos da Amazônia, o garimpo vindo por todos os lados, o desmatamento, uma ânsia desesperada em busca da regularização fundiária”, lamentou.
Com informações do PSB na Câmara