
Por Marcelo Hailer
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é o relator de diversas investigações contra o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores.
Dessa maneira, Moraes pode determinar medidas contra o presidente Bolsonaro em três inquéritos: o da fake news, o da interferência no comando da Polícia Federal e o que trata sobre suposta invasão hacker a sistemas eletrônicos da Justiça Eleitoral em 2018.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, apesar de uma nota – intitulada Declaração à Nação – em que o presidente afirmou ter atacado os Poderes no “calor do momento”, o ministro Moraes não pretende “puxar o freio de mão” de nenhuma das investigações que miram Bolsonaro e aliados.
Por fim, a tendência é que o ministro Alexandre de Moraes mantenha o ritmo das investigações.
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Alexandre de Moraes e o inquérito das fake news
Está prevista para este mês a retomada do julgamento sobre o formato do depoimento que Bolsonaro fará no inquérito sobre interferência da PF. Sem o depoimento, a investigação não poderá dar continuidade. Ao sair do Ministério da Justiça, o ex-ministro Sergio Moro denunciou que Bolsonaro interferia na PF para proteger parentes e aliados.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a abertura de investigação sobre o caso, listando oito crimes que podem ter sido cometidos: falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, denunciação caluniosa e crime contra a honra.
Além disso, a pedido do TSE, Moraes incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news entre os alvos em razão das suspeitas levantadas por ele sobre o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas. Nesse caso, ainda não há ações diretas contra o chefe do Executivo.
Em uma primeira etapa, Moraes ordenou que fossem ouvidas, na condição de testemunhas, as pessoas envolvidas na live em que Bolsonaro endereçou ataques às urnas eletrônicas, entre elas o ministro da Justiça, Anderson Torres.
Moraes é também relator de outras apurações que envolvem parentes e apoiadores de Bolsonaro, como a da quadrilha digital, desdobramento do extinto inquérito dos atos antidemocráticos.