
Com Marcelo Hailer
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), avisou na noite desta terça-feira (23) para colegas que decidiu pautar para a próxima semana a sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde julho, Alcolumbre vinha resistindo a marcar a data da sabatina. Mas deve fazer o anúncio nesta quarta-feira, durante reunião da CCJ.
A data mais provável é o próximo dia 30, quando se comemora o Dia do Evangélico — ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança.
Uma sinalização da mudança de posição foi dada na noite de segunda-feira. Alcolumbre deu sinal verde para o deputado federal Pedro Dalua (PSC-AP), seu aliado político, participar de um encontro da bancada evangélica com André Mendonça.
No evento, Dalua pediu a palavra para se apresentar como um liderado de Alcolumbre. E ressaltou que o senador não tinha nada contra os evangélicos.
Alcolumbre vinha sendo cobrado por senadores para marcar a data da sabatina. Passou a dizer que não pretende criar uma “saia justa” para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de quem é muito próximo.
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Nos últimos dias, Pacheco foi bastante questionado por vários senadores, especialmente do partido Podemos, sobre a demora para a análise do nome de Mendonça.
Na semana passada, Alcolumbre ainda resistia. Chegou a mandar a interlocutores do Palácio do Planalto o recado de que não tinha compromisso em pautar o nome de Mendonça no esforço concentrado.
Mas passou a reconhecer nas conversas mais recentes que seria negativo para a imagem do Senado deixar isso pendente durante o recesso parlamentar de fim de ano.
Para ocupar a vaga de ministro, além da sabatina, André ainda precisará que a indicação seja aprovada no plenário do Senado. Ele necessitará da maioria (41) dos votos dos 81 senadores.
Se aprovado, Mendonça substituirá o ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou em 12 de julho.
Bancada evangélica considera “imprevisível” aprovação de Mendonça
Na fritura por meses, a aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) no plenário do Senado é considerada “imprevisível”, segundo a bancada evangélica.
Em jantar oferecido para André Mendonça, os parlamentares da bancada evangélica contabilizaram 43 votos favoráveis a Mendonça. Ou seja, apenas dois a mais do que o mínimo necessário para ter o seu nome aprovado para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante de tal cenário, a bancada evangélica segue mobilizada para tentar conquistar mais votos para Mendonça e garantir uma aprovação segura.
Oposição
Na outra ponta, os apoiadores de Mendonça contabilizam 49 votos contrários ao nome do ex-Advogado-Geral da União.
Por conta do placar apertado, apoiadores e detratores do nome de Mendonça consideram a situação “indefinida”, visto que não é incomum senadores mudarem de voto.
Rodrigo Pacheco pode fazer sabatina de André Mendonça
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com o objetivo de dar um fim a fritura de André Mendonça imposta pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), pode realizar a sabatina do indicado de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) no plenário do Senado com a presença dos 81 senadores.
O nome de André Mendonça, ex-advogado Geral da União (AGU), foi anunciado pelo presidente Bolsonaro na primeira quinzena de julho. Mas, para que Mendonça assuma uma cadeira no STF ele tem que passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que é presidida por Alcolumbre, que resolveu mostrar força diante do Palácio do Planalto e colocou o ex-AGU na fritura.
O clima está tão pesado entre centrão e bolsonaristas, que Alcolumbre tem dito aos colegas que tem “total convicção de que o terrivelmente evangélico indicado por Jair Bolsonaro será rejeitado pela maioria dos senadores”.
Com informações da Folha de S. Paulo e G1