
Peça fundamental para atrair setores que resistem ao PT e ao ex-presidente Lula (PT), o pré-candidato a vice ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB) vai intensificar os encontros com empresários e representantes do agronegócio. A partir de agosto, ele deve realizar uma série de eventos em estados como Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Tocantins.
Alckmin tem missão de ampliar o diálogo em setores que foram cooptados pelo bolsonarismo pelo bom trânsito que tem fora do espectro da esquerda. Neste momento, o ex-governador deve se reunir com produtores de pequeno e médio porte nos estados em que há maior rejeição ao PT. Em Santa Catarina, onde Jair Bolsonaro (PL) teve 75,92% dos votos, em 2018, Alckmin deve se reunir com empresários do setor de pesca.
“Alckmin tem habilidade. Ele vai cumprir missões espinhosas que normalmente o titular não está disposto a cumprir. Às vezes, não convence todos, mas convence a alguns As conversas podem gerar frutos eleitorais e políticos”, afirmou o presidente do PSB, Carlos Siqueira, ao O Globo.
Depois de Santa Catarina, Alckmin deve seguir para Mato Grosso, onde o PSB trabalha em agendas com empresários do algodão e da soja, entre outros.
O presidente estadual do PSB, Max Joel Russi, observa que Alckmin tem mais chances de conquistar apoios onde Lula poderia não conseguir.
“Os produtores locais têm menos resistência e uma simpatia pelo nome do Alckmin. Ele pode entrar mais no campo do pequeno agricultor. O médio e o grande já estão com Bolsonaro”, avalia o socialista ao jornal.
No estado, inclusive, Alckmin deve ser acompanhado pela pré-candidata ao Senado Natasha Slhessarenko (PSB-MT), médica e empresária da saúde, em agendas com o empresariado mato-grossense.
No Tocantins, o presidente estadual do PSB Carlos Amastha avalia que embora setores do agro estejam decididos a apoiar Bolsonaro, ainda existe espaço para a chapa Lula-Alckmin crescer.
“Dependendo das áreas, o agro está fechado com Bolsonaro, mas há setores que ainda não estão. O Tocantins recebeu muito bem Alckmin em 2018”, afirma.
Alckmin também terá como missão buscar importantes apoios no setor agrícola. Um dos nomes é o da senadora Kátia Abreu (PP-TO), que já presidiu a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e é uma importantes liderança política e do agro.
Trajetória política garante bom trânsito
Alckmin tem cumprido uma série de compromissos e feito a interlocução com setores onde ele tem trânsito devido à sua longa e respeitada trajetória política.
Lula já disse que ele terá papel de destaque no governo e, em sintonia com o PSB, o ex-governador tem destacado a necessidade de fortalecer a competividade do país como um dos caminhos para superar a crise econômica e social a que o Brasil foi levado pela gestão temerária de Bolsonaro.
No início de julho, Alckmin e Lula participaram de reunião com empresários na Federação das Indústrias e São Paulo (Fiesp), onde um dos temas foi justamente a reindustrialização do país.
Alckmin disse ter saído animado do encontro e afirmou que houve “muita sinergia”, além da das políticas para a reindustrialização, destacou medidas para fomentar emprego e renda.
Alckmin e Lula defenderam, ainda, o fortalecimento da economia a partir da valorização do salário mínimo e da melhoria de programas de transferência de renda.
O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, foi um dos principais interlocutores sobre as estratégias de fortalecimento da indústria no País.