
A Agência Europeia de Medicamentos (AEM) divulgou mais um comunicado sobre o uso de ivermectina no tratamento da Covid-19. Segundo a organização, não há nenhuma comprovação da eficácia da droga em casos de coronavirus e ela seguirá sendo prescrita somente para os fins definidos em sua bula como, tratamento de vermes em seres humanos e animais e tratamentos dermatológicos.
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“Na União Europeia, os comprimidos de ivermectina são aprovados para o tratamento de algumas infestações de vermes parasitas, enquanto fórmulas preparadas com ivermectina são aprovadas para o tratamento de doenças de pele como a rosácea. A ivermectina também está autorizada para uso veterinário em uma ampla gama de espécies animais para parasitas internos e externos. Os medicamentos com ivermectina não estão autorizados para uso na covid-19 na União Europeia e a EMA não recebeu nenhum pedido para esse uso”, explica o comunicado.
“Tratamento precoce” inclui ivermectina e cloroquina
O comunicado da agência europeia é mais um, entre os diversos avisos já feitos pela comunidade médica internacional e brasileira, para aqueles que ainda defendem o chamado “kit de tratamento precoce”.
Composto por fármacos como hidroxicloroquina, azitromicina, prednisona, a ivermectina, e outros, o kit foi disseminado amplamente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Proibição judicial
Para diminuir os diversos efeitos negativos do uso indiscriminado destes remédios, a justiça do Rio de Janeiro, em decisão proferida na última semana, proibiu o presidente de divulgar e estimular “comportamentos que não estejam estritamente embasados em diretrizes técnicas, emitidas pelo Ministério da Saúde, com fundamento em documentos públicos, de entidades científicas de notório reconhecimento no campo da epidemiologia e da saúde pública.”
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Em referência as propagandas “O Brasil não pode parar” que, claramente, incentivava os cidadãos a não descumprirem as medidas de isolamento social, a decisão obrigou a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo a reconhecer que a campanha não estava embasada em informações científicas.
Cabe agora, também à secretaria de Bolsonaro, desenvolver uma campanha “a respeito das formas de transmissão e prevenção da Covid-19, seguindo as recomendações técnicas atuais”.