
Em resposta à pressão internacional sobre a desastrosa política ambiental liderada por Jair Bolsonaro (sem partido), o governo federal lançou na terça-feira (9) o ‘Adote1parque’. O programa é uma espécie de admissão de incompetência na gestão ambiental e tem a perspectiva de arrecadar R$ 3,2 bilhões por ano da iniciativa privada nacional para preservar parques em reservas ambientais na Amazônia.
Sob a gerência do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a política ambiental brasileira tem como destaque o aumento desenfreado de desmatamento e de queimadas, tanto na Amazônia quanto no Pantanal. Além da sistemática destruição do Cerrado frente ao aumento descontrolado do cultivo de soja no Centro Oeste.
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Antes mesmo do ‘Adote1parque’ ter sido oficializado, em setembro de 2020, Salles usou o programa para tentar alfinetar o ator Leonardo DiCaprio, que à época criticava a política ambiental do atual governo, pedia para “desfinanciar Bolsonaro” em meio ao cenário crítico de desmatamento e queimadas e postava “#AmazonOrBolsonaro” (#AmazôniaOuBolsonaro).
“O Brasil está lançando o projeto de preservação “Adote1parque”, o que possibilita você ou qualquer empresa ou indivíduo a escolher um dos 132 parques na Amazônia e diretamente patrociná-lo com 10 euros por hectare por ano. Você vai mostrar que não está falando só da boca para fora?”, escreveu, em inglês, o ministro em resposta a uma postagem do ator.
Falta de recursos
O lançamento do ‘Adote1parque’ foi feito sob a alegação do governo federal de falta de recursos financeiros. Antes mesmo de Bolsonaro assinar o decreto, Nöel Prioux, presidente do Carrefour América Latina, firmou um protocolo de intenções para adotar a Reserva Extrativista do Lago do Cuniã, em Rondônia. São 75 mil hectares, totalizando R$ 3,8 milhões quando o acordo for celebrado de fato.
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O Carrefour tenta recuperar sua imagem no Brasil, abalada desde que um homem negro foi morto após ser espancado por dois seguranças brancos em uma de suas unidades em novembro do ano passado.
Já o Brasil tenta melhorar sua relação com a França, um dos principais críticos da condução do governo Bolsonaro no enfrentamento às queimadas e na preservação ambiental.
Visão socialista
No projeto de Autorreforma do PSB a gestão da floresta amazônica é abordada sob o título “Desenvolvimento da Amazônia 4.0”. O texto defende que, para que seja organizado um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia brasileira, é fundamental estabelecer uma estratégia para o efetivo exercício da soberania nacional sobre a região. Para os socialistas, o montante e os valores existentes nesse território têm valor inestimável.
“Dados oficiais revelam que um hectare de um sistema agroflorestal amazônico, mesmo sem industrialização, produz por ano uma lucratividade que é muitas vezes maior do que a lucratividade do gado, e é pelo menos o dobro da lucratividade da soja.”
Autorreforma do PSB
Com informações da Folha de S.Paulo