
O Fórum das Centrais Sindicais, entidade que reúne a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e outras organizações de trabalhadores brasileiros, fechou acordo histórico com a Venezuela para assegurar um fornecimento semanal de oxigênio a Manaus (AM), cidade onde a carência do produto tem levado dezenas de pacientes à morte. As informações foram divulgada pela Folha de S. Paulo na quarta-feira (20).
Manaus, a 950 km da fronteira com a Venezuela, vai receber 80 mil litros por semana de oxigênio venezuelano, segundo as organizações sindicais. O país vizinho, alvo de críticas constantes do governo Bolsonaro, já enviou, na terça (19), 107 mil litros.
“As centrais vão mobilizar todos os seus entes — estaduais, sindicatos, federações, confederações — e também a IndustriAll Brasil neste trabalho urgente para garantir o envio de caminhões à Venezuela para a retirada do oxigênio que será levado e distribuído em Manaus. É uma troca baseada na cooperação, e isso se chama solidariedade de classe”, afirmaram as entidades em nota publicada nesta quarta (20).
Doações para o Amazonas
O Amazonas já recebeu também doações de vários outros lugares, como do governo de Pernambuco e da Prefeitura de Recife, que enviaram 200 concentradores de oxigênio para serem distribuídos a 49 cidades que estão em condições mais precárias de oxigênio e também de acesso à capital.
O auxílio oferecido pelo governo Nicolás Maduro ocorre em um contexto em que a autoridade do ditador não é reconhecida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mandatário brasileiro considera que o presidente do país é o deputado Juan Guaidó.
Com esse impasse, Bolsonaro sequer agradeceu o governo venezuelano pela ajuda. Dirigentes do PCdoB e do PT, próximos do governo Maduro, como o ex-presidente Lula e a deputada Gleisi Hoffmann, fizeram agradecimentos públicos. O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que era próximo de Bolsonaro, também agradeceu.
Com informações da Folha de S. Paulo
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