
Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 90% das pessoas trans recorrem à prostituição para se sustentar devido a marginalização social e dificuldades de encontrarem trabalhos formais. Porém, essa inclusão começou a ser debatida no ambiente corporativo, porém ainda apenas algumas empresas a souberam executar, como mostra reportagem do UOL.
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Laura Zanotti é líder de transformação para a empresa de software ThoughtWorks. Segundo ela, a diversidade foi fundamental para construir tecnologias melhores e não homogêneas. A companhia tem 9% de pessoas trans em seu quadro de funcionários e só em 2020 contratou sete pessoas não-binárias.
A jornada para a inclusão foi longa, começando em 2015 com palestras e discussões. Atualmente, a empresa subsidia consultas médicas e gastos com medicamentos para terapia hormonal e chegou a patrocinar um projeto para capacitar pessoas trans em programação.
A Avanade, também do setor de tecnologia, elaborou um Guia para Suporte de Transição de Gênero no Ambiente de Trabalho, coescrito por seus funcionários trans.
“Quando as pessoas sabem que podem se expressar abertamente, sem ter receio de que sua identidade ou expressão de gênero impactem sua performance no trabalho, elas se tornam profissionais e pessoas mais realizadas”, explica Patrícia Valloni, gerente sênior de marketing e líder do grupo de afinidade LGBTI+.
Para Maite Schneider, fundadora da Transempregos, as empresas ainda têm medo porque não compreendem o que precisam fazer em relação tópicos como nome social, uso de banheiros e benefícios de saúde. Há também a falsa ideia de que pessoas trans não têm competências ou hard skills.
“Várias empresas ficam surpresas quando eu consigo uma pessoa trans para uma posição de liderança”, afirma.
Com informações do UOL