
Cerca de 130 mil pessoas já foram atingidas de alguma forma pelas cheias nos rios no interior e na capital do Acre (AC). Dez cidade estão alagadas, entre elas a capital, Rio Branco. Também estão na lista dos locais afetados os municípios de Feijó, Rodrigues Alves, Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Jordão, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Mâncio Lima e Porto Walter.
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O grande volume de chuvas das últimas semanas provocou enchentes dos rios Acre, Juruá, Envira, Iaco, Purus e de outros mananciais, o que levou ao transbordamento dos igarapés da região. O fenômeno atingiu centenas de famílias, que foram obrigadas a sair de suas casas e se abrigar em barcos, escolas, ginásios e igrejas.
Desde a última semana, o estado se encontra em situação de emergência decretada pelo governador, Gladson Cameli (Pros). Além do problema das fortes chuvas, um surto de dengue e uma crise migratória na fronteira com o Peru. A falta de leitos hospitalares para pacientes internados com Covid-19 ainda agrava a situação geral.
Crise na fronteira
Não afetada pela água, a cidade de Assis Brasil passa por outro problema. Na fronteira com o Peru, no local estão acampados ao menos 600 pessoas que pretendem entrar no país vizinho mas não obtiveram liberação. Com as fronteiras fechadas desde março do ano passado, em razão da pandemia da Covid-19, a cidade brasileira decretou calamidade pública para obter ajuda para lidar com a situação.
O grupo é formado por haitianos que utilizam o Peru como rota para chegar aos EUA.
Problemas na saúde
Além dos já conhecidos problemas relacionados à pandemia do coronavírus, como a falta de leitos e insumos para o tratamento dos infectados, o Acre passa por outro surto sanitário. Em 2021, o número de casos suspeitos de dengue já chegou a 8.626, com 1.552 confirmações. A cidade mais afetada é Rio Branco, que registrou crescimento de 573,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Em entrevista à CNN, o secretário municipal de Saúde de Rio Branco, Frank Lima, afirmou que o cenário é “extremamente preocupante”, com o registro de até 500 novos casos de dengue por dia.
“Já tivemos duas mortes em seis casos de dengue hemorrágica neste ano. Temos médicos afastados por conta da Covid-19. Tudo isso contribui para pressão extrema sobre o sistema de saúde da capital”, afirmou Lima.