
Foto: Irene Almeida/Diário do Pará
Em seu primeiro ato como prefeito de Belém o arquiteto e professor universitário Edmilson Rodrigues (Psol), 63 anos, enviou um projeto de lei que garante renda mínima de até R$ 450 aos mais vulneráveis. As informações são do Valor Econômico.
“Belém é uma cidade de periferia, pobre, de uma região tão cobiçada pelos poderosos do mundo mas tão periférica em relação às decisões do centro do país”, disse Edmilson Rodrigues em seu discurso de posse na Câmara dos Vereadores, na sexta-feira.
O único prefeito do Psol eleito em uma capital, Edmilson pediu regime de urgência aos vereadores na proposta intitulada “Bora Belém”. O projeto foi desenhado para dar “dignidade aos que vivem em situação de absoluta vulnerabilidade social” e será implementado em cooperação com o governo do Estado. “Seria um grande presente para a cidade se puder ser aprovada antes do aniversário de 455 anos de Belém, no dia 12”, afirmou.
No primeiro trimestre de 2020 eram mais de 100 mil desempregados em Belém, a segunda capital com maior número de pessoas sem emprego formal entre os estados do Norte. Um terço da população recebeu auxílio-emergencial – 500 mil pessoas de um total de 1,5 milhão de habitantes. Mais de 120 mil famílias recebem o Bolsa Família, com benefício médio de R$ 190.
Em seu discurso de posse, Edmilson também destacou que na cidade “70% do povo tem salários aviltantes, que não alcançam dois salários mínimos. São milhares de pessoas em situação de pobreza e miséria. Temos que tratar, neste momento, de quem não tem um prato de comida. Nossos desafios são enormes”.
Covid-19
O prefeito também anunciou que seus secretários já estão se reunindo com o governo do Estado e citou convênio com universidades para ampliar o número de UTIs e leitos e iniciar a vacinação.
“Em qualquer bairro haverá servidor municipal para, em parceria com servidores do Estado, realizarmos as vacinações assim que as vacinas forem liberadas pelo programa de imunização que o governo federal prometeu implantar”, prometeu.
O psolista conhece a situação de pobreza de Belém e o quadro de desigualdade, e sabe que a pandemia irá piorar o que já está ruim. Segundo ele, a cidade tem dívidas de mais de R$ 1 bilhão, com compromissos de curto e médio prazos. Em 2021, disse, terão que ser pagos quase R$ 200 milhões referentes a dívidas.
“Farei de Belém uma cidade mais justa socialmente, mais equilibrada ecologicamente e mais democrática”, prometeu. Segundo ele, sua eleição sinaliza o desejo dos eleitores “por uma cidade que respeite os diferentes e combata as desigualdades”.
Com informações do Valor Econômico