
“Estamos vivendo um finalzinho de pandemia”, disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (10), exaltando o seu próprio governo durante evento em Porto Alegre para inaugurar uma ponte. A afirmação, no entanto, não é corroborada pelos números, que indicam piora em ao menos 20 estados brasileiros.
Reportagem da Folha de S. Paulo comparou a classificação dos estados e do Distrito Federal nessa quinta com o estágio registrado no meio de novembro no Monitor de Aceleração da Covid-19 da Folha. Não pioraram no período analisado apenas seis estados (Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Piauí e Roraima).
Mesmo assim, eles estão com crescimento no número de casos e podem regredir na classificação do modelo nos próximos dias.
Santa Catarina também não mudou de estágio, mas porque já no pior dos quatro estágios considerados. Em meados de novembro, apenas os catarinenses estavam no acelerado, significando que o número de casos está em crescimento rápido. Agora, já são 15 estados na mesma situação.
Outros indicadores também apontam para uma piora na pandemia do país. Em cerca de um mês, subiu de 6 para 8 o número de capitais com mais de 80% dos leitos de UTI ocupados. No Rio de Janeiro, 266 pacientes aguardam um leito.
Apesar desse conjunto de dados, Bolsonaro afirmou que o Brasil tem sido um dos melhores países no combate ao vírus. “Nosso governo, levando em conta outros países do mundo, foi o que melhor se saiu no tocante a economia. Prestamos todos apoios possíveis a estados e municípios”, disse.
O país, no entanto, é o terceiro país com mais casos e o segundo com mais mortes. São 179 mil mortes até agora e quase 7 milhões de casos registrados, números podem ser maiores por causa da subnotificação.
Com informações da Folha de S. Paulo