
Carol Dartora (PT-PR), ativista e primeira mulher negra a se eleger vereadora em Curitiba (PR), denuncia que é alvo de diversos ataques racistas e o mais grave, recentemente também recebeu ameaças de morte em suas redes sociais e por e-mail.
Segundo reportagem do portal Gazeta do Povo, esta é a primeira vez que a ativista recebe uma ameaça mais grave. “Infelizmente, não é uma novidade e estava esperando ser a próxima. Eu já tinha recebido vários ataques, mas não de morte mais objetiva”, disse Carol, que irá fazer um boletim nesta segunda-feira (7).
“O que assusta é que meu endereço real estava ali. Recebi vários ataques racistas desde que fui eleita, mas uma ameaça deste tipo é a primeira vez. Apesar disso, não vão nos calar”, afirmou.
Intimidação
“Sua aberração. Macaca fedorenta, cabelo ninho de mafagafos. Enquanto você ganha um salário de vereadora apenas por ser macaca, eu estou desempregado, minha esposa está com câncer de mama e estamos vivendo de auxílio emergencial. Eu juro, mas eu juro que vou comprar uma pistola 9 mm no Morro do Engenho aqui no Rio e uma passagem só de ida pra Curitiba e vou te matar. Não adianta avisar a polícia ou andar com seguranças. Nada no mundo vai me impedir de te matar e me matar em seguida. Até breve”, escreveu o homem em seu ataque.
O responsável pela mensagem seria um suposto grupo neonazista que atua no Brasil e que está procurando intimidar vereadores negros ou transexuais, como Duda Salabert, eleita vereadora em Belo Horizonte (MG) e também foi alvo de ataques.
A reportagem também informa que Carol irá reforçar o esquema de segurança nos próximos dias e até mesmo a alteração no local de residência não está descartada. “Vou buscar a minha segurança, pois não quero ser a próxima Marielle e não serei”.
Casos
Casos como esses estão longe de serem isolados no Brasil. Suellen Rosim (PATRI), a primeira mulher eleita prefeita pela cidade de Bauru, no interior do estado de São Paulo, também foi alvo de racismo por parte de seus adversários políticos. Negra, ela recebeu mensagens de opositores dizendo que a política teria “cara de favelada” e que “gente de cor não tem competência”.
Com informações da Gazeta do Povo