
Após a vitória de João Campos (PSB) sobre Marília Arraes (PT) em disputa acirrada no Recife, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou em entrevista ao GLOBO que seu partido está “muito feliz” sem alianças com o PT, destacando que as legendas não estiveram juntas em nenhuma capital.
“O PT deixou claro que não queria essa parceria e não tivemos em lugar nenhum. E estamos muito felizes com isso. Não sei se pode mudar. Depende muito mais do PT do que de nós. Mas eu não sou muito otimista de que vá mudar de visão, porque o partido sempre agiu assim a vida inteira, sempre esteve na contramão da História”, disse Siqueira.
O parceiro preferencial do PSB neste pleito foi o PDT. A aliança se repetiu em oito capitais e elegeu quatro prefeitos: os pessebistas Campos, no Recife, e JHC, em Maceió, e os pedetistas José Sarto, em Fortaleza, e Edvaldo Nogueira, em Aracaju.
“Temos muito mais proximidade com o PDT do que com o PT. Do ponto de vista programático e de visão do país”, avalia o presidente do PSB, ressaltando, porém, não haver ainda tratativas entre as legendas sobre 2022.
Para Siqueira, o pleito derrotou o “isolacionismo” do PT, que não levou nenhuma prefeitura de capital, e também a “extrema direita”, como se refere ao grupo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro.
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Em mais um capítulo das disputas internas na esquerda, Ciro Gomes (PDT) disparou contra o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, Ciro enumerou as vitórias de seu partido que, além de vencer em Fortaleza e Aracaju, emplacou o vice em Salvador, Maceió e Natal, e criticou Dino por não ter apoiado nenhum candidato no primeiro turno em São Luís. O governador viu um adversário, Eduardo Braide (Podemos), ganhara prefeitura da capital maranhense no segundo turno.
Para Ciro, “algumas pessoas perderam a noção da realidade do nosso povo”:
“Os três candidatos que ele (Flávio Dino) sinalizava ficaram fora do segundo turno, e ele vai votar com a camiseta ‘Lula Livre’. Essas pessoas perderam a noção da realidade do nosso povo. Ganhou quem soube interpretar com humildade o sentimento popular”.
Após a entrevista ir ao ar, Dino usou a sua conta no Twitter para dizer que não iria responder a Ciro porque tem “respeito e apreço por ele” e que não queria “acirrar conflitos desnecessários”.
Também no Twitter, Ciro colocou panos quentes e disse que tem “muita estima” por Dino e que “se discordamos pontualmente na análise do momento brasileiro, em nada diminui minha vontade de construir, o mais ampla possível, uma generosa aliança de centro-esquerda que dê suporte a um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”.