
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), encaminhou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) um ofício em que oferece a parceria do Executivo maranhense para tentar solucionar a crise causada pela falta de atendimento de perícia médica nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O documento foi enviado ao governo federal na última segunda-feira (28) e divulgado apenas nesta terça pela coluna Radar, da Veja.
Para resolver o problema no estado enquanto os burocratas de Brasília tentam se organizar na Previdência, o governador ofereceu a Bolsonaro a estrutura de 54 postos avançados de atendimento à população para “implementar as orientações do INSS e realizar os atendimentos” que precisam, segundo ele, ser feitos com urgência.
Documento assinado por Flávio Dino

“Diante dos crescentes e gravíssimos problemas causados pela fila de espera para atendimento do INSS, colocamos à disposição, para prestar apoio administrativo para o citado órgão federal, as estruturas das nossas unidades estaduais do Viva/Procon, a fim de que haja o atendimento às pessoas com deficiência, idosos, pessoas doentes e gestantes que postulam benefício junto à Previdência Social”, diz o texto.
Dino também colocou à disposição do governo federal espaços para que os servidores do INSS “possam realizar atendimentos nas várias regiões” do estado, “bem como auxiliar na destinação ou contratação emergencial de pessoal”. Até agora a proposta não teve resposta de Brasília.
Em julho, Dino havia encaminhado uma proposta ao presidente sugerindo uma reunião com governadores, confederações empresariais e centrais sindicais para a construção de um “Pacto Nacional Pelo Emprego”. A proposta, no entanto, foi recebida com ironia pelo mandatário.
Presidente do INSS na mira de Bolsonaro
Por causa da batalha judicial que se tornou a reabertura das agências do INSS, o presidente do órgão, Leonardo Rolim, entrou na fila de nomes que podem receber um cartão vermelho do governo.
A insatisfação com o presidente do órgão, segundo a revista, foi inflada pela constatação do movimento de peritos médicos que atuam no órgão de que o presidente do INSS teve seis meses para preparar a reabertura das agências e falhou na missão.
Para piorar, ele decidiu convocar para a porta das unidades os idosos e pessoas fragilizadas que dependem do serviço do INSS. Foram dias de cobertura negativa para a gestão Bolsonaro na imprensa.
Quem acompanha as discussões no Planalto, diz que a turma já procura um perfil “à lá Eduardo Pazuello” para o lugar de Rolim. Sem discussões, muitos elogios e muitas concordâncias com o presidente.
Greve dos peritos do INSS
As agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram reabertas para atendimento presencial no último dia 14 de setembro. Entretanto, os médicos peritos decidiram não retomar as atividades por considerar que não havia segurança para o trabalho devido à pandemia da Covid-19 e todas as perícias médicas agendadas foram suspensas até a adequação das agências.
Segundo dados divulgados pelo G1, na sexta-feira (18), o INSS tinha 1.568.050 de pedidos de benefícios aguardando análise. Desses, o equivalente a 50,4% (790.390) dos processos, precisavam de perícia médica presencial. Os outros aguardavam a entrega de algum tipo de documento para a conclusão do processo.
Com informações da Veja e G1