
A pandemia de coronavírus está provocando um recuo da capacidade de diagnóstico da tuberculose no Brasil. Quem alerta é a coordenadora do Departamento de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Ministério da Saúde, Denise Arakaki.
Denise participou da reunião da Comissão Externa que discute as ações de combate ao Coronavírus no Brasil nesta terça (26) e apontou que houve redução de 40% na aplicação de testes laboratoriais para o diagnóstico de tuberculose entre março e abril de 2020.
Denise afirmou que o empobrecimento da população, desde o fim de 2014, também leva ao aumento dos casos de tuberculose e que medidas de mitigação da pobreza são necessárias para o combate da doença.
Ela trouxe dados apontando que a cada 4 pacientes com tuberculose, 1 é fumante. No Brasil, os fumantes se concentram nas classes mais baixas.
O presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Frederico Leon Fernandes, reiterou que a sobrecarga no sistema de saúde por conta da pandemia de coronavírus pode atrasar o diagnóstico da tuberculose, que gerou 1,5 milhão de óbitos no mundo no ano passado, sendo a doença infecciosa que mais mata no mundo. No Brasil são registradas por ano cerca de 4,5 mil mortes pela doença.
Tuberculose e Covid-19
Presidente da Comissão de Seguridade Social e Família e coordenador da Frente Parlamentar pela Luta contra a Tuberculose, o deputado Antonio Brito (PSD-BA) destacou que o estado brasileiro com maior número de casos de tuberculose é o Amazonas, seguido de São Paulo e Rio de Janeiro, que também são estados líderes em casos de Covid-19.
Ele sugeriu que o ministério investigue a correlação entre esses fatos. De acordo com Denise Arakaki, nas fichas de óbitos por Covid-19 aparecem as causas que poderiam ter contribuído para o agravamento do quadro, o que pode viabilizar estudos de correlação entre as doenças.
Assista á íntegra da reunião: