A abertura do inquérito tem base no vídeo publicado pelo STF em o ministro ofende os povos tradicionais

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, será alvo de inquérito do Ministério Público Federal (MPF) por racismo. O órgão deve formalizar a representação criminal por ofensas às populações indígenas e povos tradicionais ainda nesta segunda-feira (25), conta o Valor.
A abertura do inquérito tem base no vídeo publicado pelo Superior Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (23), em que o ministro faz o seguinte comentário na reunião interministerial do dia e 22 de abril:
“Odeio o termo “povos indígenas”, odeio esse termo. Odeio. O “povo cigano”. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um. Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro, pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios”, disse ele, na ocasião.
A 6ª Câmara temática do MPF, avalia, segundo o Valor, que Weintraub deve responder criminalmente pelas palavras de cunho racista proferidas no evento.
Reincidência
Abraham Weintraub é reincidente quando o assunto é crime de racismo. A representação será enviada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem cabe fazer o pedido ao Supremo.
Assim, caso seja aceito, essa será a segunda vez que a PGR pedirá à Corte que Weintraub seja investigado por racismo. Em abril, pelo seu Twitter, o ministro fez postagem ofensiva à China.
Além de reconhecer a existências dos povos tradicionais, em seu artigo 231, a Constituição Federal diz que compete à união garantir seus direitos originários.
No sábado (23), Dia Nacional do Cigano, o Instituto Cigano do Brasil (ICB) lançou nota de repúdio às “falas carregadas de desrespeitos e preconceito racial contra os povos ciganos e os povos originários do Brasil”.
Com informações do Valor.