Defesa de Queiroz foi informada de inquérito em agosto de 2019, mês em que Bolsonaro tentou trocar comando da PF no RJ

Amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz foi informado em agosto do ano passado sobre inquérito sigiloso da Polícia Federal no Rio de Janeiro que o mencionava.
Segundo a Folha, nessa investigação sigilosa, Flávio Bolsonaro e Queiroz são citados em relatório federal do Coaf, órgão de inteligência financeira, sobre movimentações suspeitas. Nenhum dos dois, contudo, é alvo da investigação, e sim um advogado do Rio Grande do Sul.
No curso dessa investigação, em 29 de agosto de 2019, o então advogado de Queiroz, Paulo Klein, solicitou acesso ao inquérito, apontando a menção ao seu cliente nos autos. A juíza Adriana Cruz negou o pedido, afirmando que o PM aposentando não era investigado nos autos, mas concedeu cópia do relatório que o menciona.
No entanto, o pedido à juíza mostra que a defesa de Queiroz teve conhecimento sobre a menção ao PM aposentado em inquérito sob sigilo que não se referia a ele. O que reforça o relato de Marinho à Folha, onde afirmou que afirmou que Flávio foi informado por um delegado da PF sobre a existência do relatório mencionando Queiroz.
O pedido do advogado de Queiroz à Justiça foi feito em 29 de agosto do ano passado. Duas semanas antes, no dia 15, Bolsonaro afirmou que iria trocar o superintendente do Rio de Janeiro, à época Ricardo Saadi.