Em discurso bem mais cauteloso, o ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu, pela primeira vez, a adoção de medidas de fechamento total (lockdown) em algumas cidades

Em segundo recorde consecutivo, o Brasil registrou nessa quarta-feira 615 mortes decorrentes do novo coronavírus em 24 horas, segundo atualização feita pelo Ministério da Saúde. Nesse cenário caótico, o ministro da Saúde, Nelson Teich, amenizou o seu discurso.
Teich falou sobre a possibilidade de até ampliar o isolamento.
“O lockdown vai ser importante nos lugares onde estiver muito difícil, com alta incidência, alta ocupação de leitos, muitos pacientes chegando, infraestrutura que não conseguiu se adaptar. Aí você vai ter uma situação que realmente vai ter de proteger as pessoas.”
Além disso, o ministro confirmou que o ministério já concluiu sua “diretriz” para auxiliar municípios em tomada de decisão. Trata-se, na prática, de um modelo matemático com cinco níveis de situação, para que os gestores avaliem itens como incidência da doença, infraestrutura disponível, disponibilidade de recursos, ocupação de leitos, entre outros, para que se adotem medidas restritivas ou não e de isolamento.
Mantendo sua tradição de ir contra o que o ministro da Saúde diz, o presidente Jair Bolsonaro afirmou no mesmo dia que a disseminação da doença estaria em queda e as pessoas tinham de voltar ao trabalho.
O total oficial de vítimas do novo coronavírus no Brasil subiu ontem de 7.921 para 8.536, conforme balanço do início da noite. Também foi registrada a maior alta em 24 horas na testagem de casos positivos, com 10.503.