
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB, reafirmou no Palácio do Planalto que a própria pasta de Portos e Aeroportos deverá seguir cuidando das hidrovias nacionais, contrariando os planos do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB) que pretendia levar a área para a sua pasta. As informações são do Correio Braziliense.
“As hidrovias e todo esse sistema, ele está hoje no Ministério dos Portos e Aeroportos, é como as coisas foram agregadas na medida provisória”, disse França quando questionado pelo Correio, e completou, “O presidente Lula naturalmente quando ele fez essa divisão ele tomou uma decisão, mas evidente que ele como presidente da República se ele quiser tomar outra decisão, a gente respeita.”
O ministro Renan Filho disse que negocia com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e com a secretária-executiva do órgão, Miriam Belchior, a recomposição das atribuições do Ministério dos Transportes para acomodar essa área, ao que França disse que, “todo mundo pode reivindicar tudo, mas eu diria que o estado da obra é o corte que foi feito quando foi editada a medida provisória”, apontou.
A declaração de Renan Filho ocorreu no lançamento do plano de investimentos de 100 dias para a pasta dos Transportes, nesta quarta-feira (18). “Eu entendo que hidrovias são meios para chegar a portos e aeroportos. Com a divisão, ficou uma área cinzenta”, disse Renan Filho.
“Estamos falando com a Casa Civil e também com o Congresso Nacional sobre o assunto”, completou Renan Filho. Contudo, segundo o Correio apurou, o assunto não foi tratado, em nenhum momento, com Márcio França, o titular dos Portos e Aeroportos.
Planos de França são otimistas e podem gerar “muitos empregos”
Márcio França também declarou que o Ministério deve divulgar nos próximos dias um plano de ação com potencial de gerar rapidamente “muitos empregos“. França, contudo, não antecipou detalhes da medida, mas deu a entender que ela deve envolver a Petrobras e a indústria naval brasileira.
“Nós vamos brevemente anunciar medidas importantes que podem gerar muitos empregos e ser rápido. Essa é uma atividade que certamente pode ser feita com muita rapidez e nós já temos boa parte montada no Brasil”, disse o ministro.
Segundo França, as conversas sobre a medida têm incluído o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), “E a gente tem conversado bastante com o vice-presidente Alckmin, porque a gente precisa muito voltar com a questão naval, da indústria naval”, disse o ministro.
França ainda sinalizou uma possível volta da política da Petrobras em adquirir embarcações e plataformas nacionalizadas. “Lembre-se que antigamente, quando a Petrobras começou com a lógica, como o presidente Lula falou ontem, sobre a questão da volta daquele percentual mínimo da indústria naval brasileira, ele mencionou que custou bastante porque a gente tinha que instalar as indústrias. Hoje, muitas dessas indústrias, como o caso do Rio Grande do Sul, já estão instaladas, se der o comando, rapidamente nós teremos muitos empregos gerados”, apontou o ministro.
“Eu tenho a impressão de que é possível fazer alterações rápidas que possam promover, especialmente a questão da indústria naval, vários dos equipamentos ficaram paralisados no Brasil”, disse.