
O presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, nesta quarta-feira (23) após 20 dias de reclusão. Entretanto, assume errado quem acredita que o mandatário deixou a residência para trabalhar no encerramento do governo.
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O candidato derrotado nas eleições deixou o Alvorada apenas um dia após seu partido questionar — a pedido do próprio mandatário —, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mais da metade das urnas eletrônicas usadas nas eleições deste ano. O PL, de Valdemar Costa Neto, buscou uma maneira “tabajara” de garantir a permanência de Jair Bolsonaro no Planalto sem colocar em risco os 99 deputados federais e os 8 senadores eleitos em 2022.
Em mais uma tentativa sem provas, a sigla tenta invalidar votos registrados no segundo turno em 279 mil urnas, indicando supostas irregularidades em equipamentos utilizados na disputa. Entretanto, o relatório golpista do PL ignora que as mesmas urnas serviram para eleger os congressistas que garantiram a legenda direitista a maior bancada na Câmara dos Deputados a partir de 2023.
Falcatrua do partido de Bolsonaro não intimida TSE
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, desagradou a legenda já em sua primeira movimentação no caso. Em um curto despacho, Moraes afirmou que o partido não pode contestar a validade das urnas em só um dos turnos de votação, “sob pena de indeferimento da inicial”.
Ou seja, o magistrado diz que, para questionar o segundo turno, o PL deverá também contestar a regularidade do 1º turno das eleições de 2022. O ministro deu o prazo de 24 horas para que a legenda faça isso.
“As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas”, disse o ministro.