
Pesquisa PoderData, realizada entre os dias 18 e 20 de setembro mostra que os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) costumam se informar pelas redes sociais (42%) e conversas com amigos e família (31%). Esta foi a primeira vez que a pergunta foi feita aos entrevistados nestas eleições e pode indicar porque esses eleitores estão mais suscetíveis às fake news.
O levantamento também mostrou que no eleitorado em geral, 28% usam mais as redes, enquanto 23% citam a TV. Há também 20% que indicam conversas com amigos e família como meio preferido e 19% que elegem sites e portais.
Os números, de acordo com a pesquisa, revelam o forte vínculo de bolsonarista com as redes sociais e como as informações se propagam a partir das relações interpessoais.
Esses eleitores se colocam de maneira contrária aos meios de comunicação tradicional, que costuma prezar por boas práticas do jornalismo, como a checagem de informações e a busca por fontes qualificadas sobre os variados assuntos.
Ao preferirem se informar pelas redes, eles podem estar recebendo opiniões como se fossem fatos e ficam ainda mais expostos às informações mentirosas, costumeiramente propagadas por Bolsonaro e seus aliados para tentar se manter no poder.
Foram entrevistados 3,5 mil eleitores de 301 municípios de todos os estados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-00407/2022.
Mentira como método
A mentira e a propagação de fake news é o método prioritário usado pelo bolsonarismo. O ‘gabinete do ódio’, que de acordo com ex-aliados de Jair Bolsonaro tem sua base dentro do Palácio do Planalto, foi montado para destruir reputações de adversários, atentar contra a democracia e propagar mentiras do interesse do governo.
A própria Polícia Federal (PF) confirmou a existência do gabinete do ódio. Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF identificou a existência de uma milícia digital que age contra as instituições e a democracia e teria usado a estrutura de um ‘gabinete do ódio’.
Mais que isso. Os investigadores acreditam que servidores comissionados – ou seja, pagos com dinheiro público – foram direcionados para essa atividade.
Há poucos dias, em nova ofensiva do “gabinete do ódio”, a campanha Bolsonaro criou e um impulsionou um site com conteúdos mentirosos e negativos sobre o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. São informações descontextualizadas e ou fake news sem nenhum disfarce.
A informação foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo e o domínio “está registrado no CNPJ da campanha de reeleição de Bolsonaro”. Porém, a página que está o ar desde o dia 30 de agosto não consta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como pertencente à equipe bolsonarista.
Por outro lado, justamente com o objetivo de combater às fake news, ameaças e discursos de ódio, o site Verdade na Rede intensificou o trabalho com as proximidades das eleições de outubro.
Relançado em março, o site recebeu, em sete meses de atividades, mais de 8 mil denúncias, publicou 636 conteúdos inéditos e cadastrou 712 desmentidos de fake news publicados por agências independentes de checagem. Forneceu insumos para 40 representações jurídicas por desinformação contra Lula, obtendo 32 vitórias judiciais da verdade nas redes.
Apesar de todos os esforços, Bolsonaro segue usando a mentira como arma. É assim em suas redes sociais, entrevistas, conversas com apoiadores e, de forma bizarra, em cerimônias internacionais como o vexame protagonizado por ele na abertura da Assembleia das Nações Unidas (ONU) e no enterro da rainha Elizabeth 2ª.
Bolsonaro conseguiu deixar perplexos chefes de Estado ao redor do mundo ao usar os eventos como palanque eleitoral.
Com informações do Poder 360