
Nesta sexta-feira (13), o bilionário Elon Musk anunciou a suspensão temporária da compra do Twitter. Poucas horas depois do anúncio, as ações da empresa registraram queda de 10,98%.
O empresário, que é dono da Tesla e da SpaceX, anunciou em seu perfil na própria plataforma que a compra está pendente por conta do número de perfis falsos e de spam no Twitter.
A empresa havia estimado, no início deste mês, que essas contas representavam quase 5% do universo de usuários. E confirmou que 229 milhões de perfis receberam publicidade nos três meses de 2022.
“O acordo (para a compra) do Twitter temporariamente suspenso por pendências em detalhes que sustentam que contas falsas de fato representam menos de 5% dos usuários”, afirmou Musk no próprio Twitter.
Uma das condições para a compra seria a redução do número de perfis falsos na plataforma, que será comprada por U$ 44 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 215 bilhões.
Elon Musk e a extrema-direita
O anúncio da compra do Twitter, por Elon Musk, a extrema-direita dentro e fora do Brasil ficaram em polvorosa. O motivo é que o controverso empresário já deixou claro que é um defensor da “liberdade de expressão sem limites”, na mesma linha do alegado pelo bolsonarismo para propagar ódio e desinformação nas redes. E, ao que tudo indica, pode ter efeitos nefastos para o Brasil.
Raquel Recuero, diretora do Laboratório de Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais (Labmídia), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), avalia que se Musk resgatar contas banidas, como ele deu a entender que fará e que pode ocorrer até a eleição brasileira, os impactos serão sentidos nas eleições de outubro.
Para a pesquisadora, se o cenário se confirmar, a tendência é de aumento da onda de desinformação.
“Hoje, uma das estratégias de desinformação é justamente circular algo com uma opinião, para contornar o algoritmo do Twitter, que já vem coibindo certos tipos de conteúdo. Podemos ter um aumento, sim, da circulação de desinformação que pode ter um impacto negativo na eleição. A desinformação transborda, não fica em um único canal, e vai circulando em outros”, alerta Recuero.
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Apesar da terra sem lei com a ‘liberdade de expressão sem limites’ e a volta de perfis banidos, Musk disse que pode não ser um apoiador de Donald Trump, caso ele decida se candidatar novamente a presidente dos Estados Unidos, em 2024.
Com informações da Folha e do g1